São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2008

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Testemunhas acusam médico de abuso sexual

TALITA BEDINELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No segundo dia do julgamento do médico Farah Jorge Farah, acusado de matar e esquartejar uma paciente em 2003, duas testemunhas disseram, durante depoimento, ter sido molestadas por ele durante cirurgias. Uma delas afirmou que o médico praticou sexo oral com ela quando estava sedada.
Farah Jorge Farah é acusado de matar Maria do Carmo Alves, 46, e ter usado bisturi e pinças para dissecar o corpo dela. Segundo ele, a paciente o perseguia há cinco anos, desde que tiveram um relacionamento amoroso, e ele agiu em legítima defesa. A família dela nega.
O advogado do cirurgião, Roberto Podval, afirmou que as acusações das mulheres surgiram após a morte de Maria do Carmo e que todos os processos movidos por elas contra o médico foram arquivados. "Isso está sendo trazido para manchar a reputação dele", disse.
O promotor Alexandre Marcos Pereira afirmou que os depoimentos das mulheres foram "chocantes". "Quem conhecia socialmente o doutor Farah não podia imaginar que atrás daquela imagem se escondia um pervertido", declarou.
Ontem, uma sobrinha do médico e duas recepcionistas que trabalharam com ele afirmaram em juízo que Maria do Carmo ligava constantemente para o consultório médico e para casas de familiares dele. As recepcionistas afirmaram que Maria do Carmo aparecia sem avisar na clínica e que o médico registrou boletins de ocorrência.
A sobrinha de Farah, Tânia Maria Homsi, contou que, após o crime, o médico ligou para ela e disse o que tinha feito e onde o corpo estava escondido. Anteontem, no primeiro dia de julgamento, o médico afirmou que a paciente o ameaçou com uma faca. Ele disse que reagiu e não se lembra o que aconteceu depois porque "surtou".
Na tarde de ontem, a defesa passou para os jurados os filmes "Tomates Verdes Fritos" e "Atração Fatal", que retratam perseguições amorosas, para mostrar como Farah se sentiu com a suposta perseguição.
Todas as testemunhas já foram ouvidas e o julgamento deve acabar hoje, após os debates entre acusação e defesa. Farah é acusado de homicídio duplamente qualificado, vilipêndio e ocultação de cadáver.


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