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outro lado
"Não dá para esperar a Cetesb", diz proprietário
DA REPORTAGEM LOCAL
Os proprietários do posto de
combustível em construção na
av. Abraão de Moraes admitem
a falta de licença da Cetesb, mas
alegam que decidiram tocar a
obra e enterrar os tanques porque há demora na companhia.
"É muito burocrático", afirma José Carlos Abiad. "O processo está lá há um ano. Ficou
parado oito meses", reclama
Eduardo Vieira, sócio dele.
Eles dizem que a construção
foi iniciada no final de 2009 e
que os tanques foram enterrados há pouco mais de um mês.
Na Secretaria da Habitação, a
obra foi liberada em menos de
cinco meses depois do pedido.
Os donos alegam que a prática de não esperar a licença prévia da Cetesb se repete em outros estabelecimentos e que,
apesar disso, eles tiveram preocupações ambientais.
"A Shell é mais rígida do que
a própria Cetesb", diz Vieira,
acrescentando que hoje em dia
os equipamentos são sofisticados para evitar vazamentos.
"É passível de multa. Mas
não dá para esperar", completa
ele, para quem, apesar do risco
de serem fiscalizados [depois
da advertência, a primeira multa beira R$ 5.000], "é uma
questão de custo-benefício".
O proprietário diz que há leis
conflitantes, mas que tem convicção da aprovação do posto.
"Pode haver mais exigências
por ser APP [Área de Preservação Permanente]. Mas tenho
certeza de que pode, de que é
viável", afirma Vieira.
Segundo ele, fiscais da prefeitura verificaram que a área de
preservação (a menos de 30
metros do córrego) só atinge
parte do terreno, mas não os
pontos onde ficarão as bombas.
Ele afirma ainda que fez uma
elevação para evitar alagamentos. Já a Shell não comentou.
Segundo a Cetesb, apesar de
a licença ter sido pedida há um
ano, ela não foi dada pela necessidade de autorização para intervir em APP (solicitada em
setembro e complementada
em março). Afirma que ela só é
possível se comprovada a ocupação da área antes de 1986.
Oficialmente, a Cetesb diz
que o pedido segue sob análise.
A Folha apurou que a licença
não deve ser concedida.
A companhia recebeu denúncia sobre oposto no final de
março, mas diz que "ainda não
fez vistoria" porque as reclamações são atendidas no prazo
de 30 dias, com prioridade para
os casos que já estão poluindo.
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