São Paulo, sábado, 17 de abril de 2010

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PF prende megatraficante colombiano

Procurado pelo governo dos EUA, Nestor Ramon Caro-Chaparro, que estava no Rio, é comparado a Juan Carlos Abadía

Também conhecido como "Felipe" e "El Duro", ele já movimentou mais de cinco toneladas de cocaína em um ano, segundo os federais

JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Municiada pela agência antidrogas norte-americana, a Polícia Federal prendeu ontem no Rio Nestor Ramon Caro-Chaparro, 42, colombiano acusado de ser um dos quatro maiores narcotraficantes daquele país, em cumprimento a mandado de prisão expedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Ele deverá ser encaminhado pelos federais a Brasília, de onde aguardará a decisão sobre o pedido de extradição feito pelos Estados Unidos.
Também conhecido como "Felipe" e "El Duro", Caro-Chaparro já movimentou mais de 5 toneladas de cocaína em um ano, segundo a PF.
O Departamento de Estado americano oferecia US$ 5 milhões (R$ 8,8 milhões) de recompensa por informações que levassem à prisão de Caro-Chaparro. Por ser um órgão público, a Polícia Federal está impedida legalmente de ser recompensada pela ação.
De acordo com o delegado João Luiz Caetano de Araújo, da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) da PF, desde o final da década de 1990 Caro-Chaparro atua no tráfico internacional de drogas na rota Colômbia-EUA, usando o Brasil como entreposto. Dos portos de Santos e do Rio, a droga seguia para os EUA em contêineres. O delegado descartou em princípio uma ligação com o tráfico brasileiro.

Carregamento
Antes de ser preso, o colombiano preparava novo carregamento, informou o delegado, que equiparou "Felipe" a Juan Carlos Abadía, traficante colombiano preso em 2007 pela PF no Estado de São Paulo. "Os dois estão no mesmo nível."
"Ramon não era ligado a nenhum cartel conhecido, mas chefiava uma organização grande. A prisão dele foi um grande baque no comércio de drogas colombiano", declarou.
Caro-Chaparro foi preso quando saía de um prédio da avenida Atlântica, em Copacabana, zona sul do Rio. Ele morava numa cobertura alugada. O traficante estava acompanhado da namorada venezuelana, grávida, e de uma mulher, que disse ser a empregada.
A polícia recolheu computadores, vídeos e outros tipos de mídias. Segundo o delegado, não houve resistência e, em depoimento informal, Caro-Chaparro disse que já pensava em se entregar. A operação contou com o apoio de agentes da DEA (Drugs Enforcement Administration), agência antidrogas dos EUA, e da polícia americana de imigração e alfândega.


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