São Paulo, sábado, 17 de abril de 2010

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Teresina utiliza aspirador para pegar mosquito

ESTELITA HASS CARAZZAI
DA AGÊNCIA FOLHA

Além de ter que escapar de inseticidas e torcer para encontrar água parada para colocar os ovos, o Aedes aegypti piauiense corre o risco de ser "sugado" em pleno voo por um aspirador de combate à dengue.
Em uso desde 2008, o aspirador de mosquitos pode parecer esdrúxulo, mas já ajudou a reduzir a incidência da dengue em quase 85% em Teresina.
O trunfo do projeto é o combate ao mosquito adulto sem o uso do inseticida conhecido como "fumacê". Com o aspirador, o mosquito é capturado sem dano ao meio ambiente. Além disso, pode ser usado mesmo se não houver casos de dengue -ao contrário do inseticida, cuja aplicação só é permitida em casos emergenciais.
"Nós nos adiantamos aos casos", diz o professor da USP Almério de Castro, um dos coordenadores do programa. Castro diz que ainda não é possível atribuir a queda da doença ao aspirador, mas destaca alguns resultados relevantes, como a queda imediata do número de casos.
A proposta de Teresina vai na contramão do que é feito hoje pelo Ministério da Saúde, que estabelece o combate aos criadouros como principal forma de eliminar o mosquito.
Para Castro, a premissa do ministério é correta, mas não tem sido suficiente. "A cada dois, três anos temos epidemia. Não queremos abandonar o plano [do ministério], mas mostrar que pode ser melhor."
O aspirador de Aedes só é aplicado nos bairros mais infestados, escolhidos de acordo com o Índice de Infestação por Adultos. Também pioneiro, esse indicador é calculado pelo número de mosquitos presos em armadilhas.


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