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Para presidente interino, Estado está ausente
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente interino da
República, Marco Aurélio de
Mello, afirmou ontem que a
assistência que o Estado deveria dar aos moradores de
favelas no Rio de Janeiro é
dada por traficantes.
"Isso é péssimo, porque a
vida econômica é impiedosa, e as pessoas acabam cedendo, admitindo desvios
de conduta", afirmou. "Espaço vago é espaço ocupado.
É o que está ocorrendo nos
morros do Rio. Os traficantes prestam assistência a carentes, fornecem medicamentos. Quando alguém está doente dão carona para o
hospital", declarou.
"O que vem ocorrendo no
Rio de Janeiro? Vem ocorrendo que a assistência, no
sentido amplo, é prestada
nas favelas não pelo Estado.
O Estado praticamente não
consegue estar presente sem
o risco de morte para os servidores nas favelas. E passa
então a assistência a ser prestada por traficantes."
Natural do Rio, descartou
a necessidade de decretação
de estado de defesa no Estado, mas se disse preocupado
com a onda de violência.
Marco Aurélio lembrou
que, nas eleições de 1996,
dispensou o envio de tropas
federais para o Rio, contrariando pedido do Tribunal
Regional Eleitoral, porque o
então governador, Marcello
Alencar, havia considerado
dispensável a medida.
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