São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

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Ex-governador diz que não recusaria ajuda

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, afirmou ontem em Brasília que "não rejeitaria" ajuda do governo federal diante dos ataques do crime organizado realizados no Estado de São Paulo nos últimos dias. No entanto, Alckmin ressaltou que preferia que a ajuda viesse primeiro com recursos financeiros.
"Eu não rejeito [ajuda federal]. É uma decisão de governo", disse o tucano. "Entendo que uma ajuda que pode ser feita imediata é o dinheiro do fundo de segurança e do fundo penitenciário", completou Alckmin.
O tucano confirmou que, nos últimos dias, manteve contato direto com o atual governador Cláudio Lembo (PFL). "Falei com o doutor Cláudio Lembo todos os dias. Transmiti a ele todo o nosso apoio", afirmou Alckmin.
Ao admitir que aceitaria a colaboração do governo federal, o candidato tucano divergiu, em parte, da decisão de Cláudio Lembo que, em duas oportunidades, preferiu descartar a ajuda oferecida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Recursos federais
Alckmin fez questão de ressaltar que é necessário o aumento do repasse de recursos federais para o combate ao crime organizado. "Ou o Brasil coloca como prioridade o enfrentamento da organização criminosa ou ficaremos enxugando gelo", disse. "Prioridade sem orçamento é discurso", completou o pré-candidato.
O tucano esteve em Brasília para dar continuidade à organização da sua campanha eleitoral. Ele aproveitou a oportunidade para ir ao Senado e entregar ao senador Demóstenes Torres (PFL-GO) propostas de mudanças legislativas emergenciais para a crise da segurança pública.
"Isso aí é uma guerra. Temos que vencer batalhas todos os dias. Às vezes, a gente perde uma batalha", afirmou. "O Brasil precisa de um mutirão contra o crime. Todas as pessoas de bem exigem da sociedade esse esforço."
Integrante da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Torres foi encarregado pela comissão para reunir propostas que estão em condições de ser votadas imediatamente. Hoje ele deverá apresentá-las na reunião da comissão.

Propostas
Entre as propostas defendidas por Alckmin, estão o aumento da concessão do regime disciplinar diferenciado para líderes do crime organizado -passaria de um para três anos- e a criminalização do uso de telefone celular em cadeias públicas.
Além disso, ele defendeu que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) cobre das operadoras de telefonia a implementação de tecnologias que impeçam o uso do celular próximo a presídios. "Passei anos defendendo isso. É preciso uma solução", afirmou Alckmin. (ADRIANO CEOLIN)


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