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Ex-governador diz que
não recusaria ajuda
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O pré-candidato à Presidência
da República pelo PSDB, Geraldo
Alckmin, afirmou ontem em Brasília que "não rejeitaria" ajuda do
governo federal diante dos ataques do crime organizado realizados no Estado de São Paulo nos
últimos dias. No entanto, Alckmin ressaltou que preferia que a
ajuda viesse primeiro com recursos financeiros.
"Eu não rejeito [ajuda federal].
É uma decisão de governo", disse
o tucano. "Entendo que uma ajuda que pode ser feita imediata é o
dinheiro do fundo de segurança e
do fundo penitenciário", completou Alckmin.
O tucano confirmou que, nos
últimos dias, manteve contato direto com o atual governador
Cláudio Lembo (PFL). "Falei com
o doutor Cláudio Lembo todos os
dias. Transmiti a ele todo o nosso
apoio", afirmou Alckmin.
Ao admitir que aceitaria a colaboração do governo federal, o
candidato tucano divergiu, em
parte, da decisão de Cláudio Lembo que, em duas oportunidades,
preferiu descartar a ajuda oferecida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Recursos federais
Alckmin fez questão de ressaltar
que é necessário o aumento do repasse de recursos federais para o
combate ao crime organizado.
"Ou o Brasil coloca como prioridade o enfrentamento da organização criminosa ou ficaremos enxugando gelo", disse. "Prioridade
sem orçamento é discurso", completou o pré-candidato.
O tucano esteve em Brasília para dar continuidade à organização da sua campanha eleitoral. Ele
aproveitou a oportunidade para ir
ao Senado e entregar ao senador
Demóstenes Torres (PFL-GO)
propostas de mudanças legislativas emergenciais para a crise da
segurança pública.
"Isso aí é uma guerra. Temos
que vencer batalhas todos os dias.
Às vezes, a gente perde uma batalha", afirmou. "O Brasil precisa de
um mutirão contra o crime. Todas as pessoas de bem exigem da
sociedade esse esforço."
Integrante da CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça), Torres foi
encarregado pela comissão para
reunir propostas que estão em
condições de ser votadas imediatamente. Hoje ele deverá apresentá-las na reunião da comissão.
Propostas
Entre as propostas defendidas
por Alckmin, estão o aumento da
concessão do regime disciplinar
diferenciado para líderes do crime organizado -passaria de um
para três anos- e a criminalização do uso de telefone celular em
cadeias públicas.
Além disso, ele defendeu que a
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) cobre das operadoras de telefonia a implementação de tecnologias que impeçam o uso do celular próximo a
presídios. "Passei anos defendendo isso. É preciso uma solução",
afirmou Alckmin.
(ADRIANO CEOLIN)
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