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Imagem de Serra empunhando fuzil em evento provoca polêmica
Governador participava de evento em homenagem a policiais militares
DA REDAÇÃO
A imagem do governador José Serra (PSDB-SP) com um fuzil, reproduzida ontem pela Folha, provocou polêmica. Serra,
que, segundo assessores, nunca
havia pego em arma, posou em
evento para homenagear policiais da tropa de elite da PM. A
Folha ouviu representantes de
ONGs e institutos de pesquisa
de violência sobre a foto.
BENÊ BARBOSA , 36, presidente
do Movimento Viva Brasil
"Acho que [a foto] não tem
nada demais. É que se criou um
tabu tão forte, tão grande sobre
as armas de fogo, que qualquer
autoridade que tire uma foto,
como fez o Serra, acaba virando
alvo de crítica. A arma é exatamente a que foi usada por policiais que salvaram vidas em
Campinas. O grave é ver os traficantes empunhando armas
contra a sociedade."
DENIS MIZNE, 31, diretor do Instituto Sou da Paz
"Foi um momento infeliz.
Houve uma empolgação pela
situação. Sempre é negativo a
associação de poder a armas de
fogo. Um governador que sabidamente defende o controle de
armas, que nunca atirou... Foi
um gesto infeliz. Não tem nenhuma gravidade, mas acaba ficando uma imagem ruim para
ser estampada na capa do jornal. Vejo mais como um descuido, um deslize, do que uma intenção de valorizar a arma."
SÉRGIO MAZINA MARTINS , 46,
vice-presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais
"Nós não achamos que tenha
algo de excepcional nessa atitude. É uma curiosidade ver como que era a mira de um fuzil, e
[Serra] acabou sendo flagrado
pelas câmeras. Foi uma curiosidade da parte dele, de ver como
era a mira de um fuzil sofisticado. Não se pode extrair disso
nenhum incentivo ao armamento ou algo semelhante."
GUARACY MINGARDI, 52, pesquisador do Ilanud (Instituto Latino-Americano das Nações Unidas
para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente)
"Acho que era perfeitamente
dispensável. O que ele tem que
fazer é dar o apoio que a polícia
precisa, mas não precisava aparecer numa foto que irá, talvez,
passar uma mensagem errada,
de que o jeito de tratar esse problema é à bala. A ação do Gate
foi boa no episódio [seqüestro
de uma família em Campinas]
que Serra foi elogiar, mas ele
não precisava ter pego o fuzil."
VIVIANE DE OLIVEIRA CUBAS, 32,
pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP
"É uma atitude que você não
espera de alguém que ocupa o
cargo que ele ocupa. É um instrumento de trabalho da polícia. [A atitude] não necessariamente [estimula] a violência,
mas o fascínio por armas pode
ser estimulado."
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