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Desapropriações emperram obras de Kassab
As reformas da cracolândia e do parque Dom Pedro não serão concluídas no atual mandato, que termina neste ano
Os projetos, que integram o plano de revitalização do centro de SP, dependem de desapropriações de prédios para posterior demolição
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os dois projetos de mais visibilidade da gestão Gilberto
Kassab (DEM) para a revitalização do centro de São Paulo
-as reformas da cracolândia e
do parque Dom Pedro- estão
emperrados devido à lentidão
das desapropriações e não serão concluídos no atual mandato, que termina neste ano.
A revitalização da cracolândia -rebatizada pelo governo
de Nova Luz-, anunciada em
2005 para ser feita em um prazo de quatro a cinco anos, anda
a passos lentos.
Como a burocracia emperra
o processo, a prefeitura decidiu
mudar a estratégia: vai transferir para a iniciativa privada o
direito de fazer as desapropriações na área, em um modelo
inédito no Brasil chamado concessão urbanística -que ainda
precisará ser aprovado pela Câmara Municipal.
Pelo projeto, o governo
transfere para a iniciativa privada, por meio de uma licitação, o direito de fazer as desapropriações. Em troca, a empresa (ou grupo de empresas)
tem de fazer determinadas
obras que serão relacionadas já
no edital da licitação.
A estimativa é que somente
no final do segundo semestre a
licitação da concessão urbanística seja aberta. Se tudo correr
bem, no ano que vem começarão as demolições.
A previsão é que todas as desapropriações custem cerca de
R$ 100 milhões -são 103 mil
m2 a R$ 900 a R$ 1.200 o m2,
dependendo do setor.
Parque Dom Pedro
A reforma do Parque Dom
Pedro também está emperrada
por causa da demora em concluir as desapropriações dos
144 apartamentos do edifício
Mercúrio, prédio "colado" ao
São Vito, bem em frente ao
Mercado Municipal.
Nesse caso, a prefeitura precisa esperar a conclusão do processo para iniciar a demolição
dos dois edifícios.
O local onde hoje estão os
prédios será transformado em
uma praça com equipamentos
culturais, como livraria e auditório, no subsolo. A prefeitura
quer integrar o Mercado Municipal, o parque Dom Pedro e a
zona cerealista, no Brás.
Outra etapa do projeto é a demolição do viaduto Diário Popular. A alternativa viária encontrada para substituir o viaduto é a construção de dois
pontilhões que vão ligar os dois
lados do rio, na av. do Estado.
A construção dos pontilhões
está prevista para terminar até
outubro. O viaduto será demolido em seguida.
O secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, admite
que a burocracia das desapropriações atrasa o processo, mas
nega que os projetos estejam
parados. "Já fizemos e estamos
fazendo muita coisa."
Em outubro, Kassab até operou um trator para simbolizar o
início das demolições na cracolândia -região no centro de
São Paulo que se notabilizou
pelo consumo de drogas a céu
aberto, situação que persiste,
com menor intensidade.
A intenção da prefeitura era
desapropriar toda a região e
vendê-la, em um único lote, para a iniciativa privada. Em seguida, a maioria dos imóveis seria demolida para a construção
de um novo bairro, com áreas
residenciais e comerciais.
Em duas quadras, onde serão
construídas as sedes da Prodam (empresa de processamento de dados do município)
e da Subprefeitura da Sé, as desapropriações foram concluídas, mas as demolições -aquelas iniciadas por Kassab em outubro- estão paradas, aguardando pareceres dos órgãos de
preservação do patrimônio sobre dois imóveis tombados.
Já a nova sede da GCM
(Guarda Civil Metropolitana)
está em andamento. O prédio
foi desapropriado, a reforma
está em fase final e a corporação poderá se mudar em junho.
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