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Acordo cancela greve de motoristas e cobradores em SP
Categoria aceitou a proposta de reajuste salarial de 7,5% e pôs fim à greve anunciada para começar na segunda-feira
Com acordos, motoristas passam a receber R$ 1.374, e cobradores, R$ 752; aumento retroativo a 1º de maio poderá ser pago até 30 de agosto
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
Motoristas e cobradores de
ônibus de São Paulo aceitaram
a proposta de reajuste salarial
de 7,5% e cancelaram a greve
que começaria na segunda-feira. A decisão foi tomada em assembléia ontem à tarde.
"Segunda-feira os ônibus estarão nas ruas. A população pode ficar tranqüila", disse o diretor do Sindmotoristas (sindicato dos motoristas e cobradores,
filiado à Nova Central Sindical)
Naílton Francisco de Souza. A
categoria havia decretado "estado de greve" na terça-feira.
Embora inferior aos 10,54%
pedidos inicialmente, o acordo
foi avaliado pelo Sindmotoristas como "muito bom". Motoristas passam a receber R$
1.374. Cobradores receberão
R$ 752. O aumento, retroativo
ao dia 1º de maio, poderá ser pago até 30 de agosto.
O reajuste foi 0,5 ponto percentual superior à proposta colocada pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) na terça-feira. Até então, a contraproposta do SPUrbanuss (sindicato patronal) era de cerca de 4%.
O acordo inclui ainda R$ 400
de participação em lucros e receitas das empresas, aumento
de R$ 9 para R$ 10 do vale-refeição e melhorias na cesta básica e no plano de saúde.
Por ter aceito a proposta sem
nova paralisação, o Sindmotoristas foi dispensado de pagar
multa pelas duas manifestações das últimas duas semanas,
que pararam cerca de 430 das
978 linhas de São Paulo.
Anteontem, porém, o acerto
esteve prestes a não sair. Após
audiência no TRT com a desembargadora Wilma Nogueira
Vaz da Silva, o presidente do
sindicato, Isao Hosogi, resolveu não assinar o acordo -disse à juíza que precisaria consultar novamente a categoria.
Houve discussão entre os
dois, e o acordo foi encaminhado à homologação sem anuência do sindicalista. Cerca de 50
motoristas e cobradores presentes à audiência protestaram. A desembargadora solicitou a presença da Polícia Federal, que não chegou a agir.
O TRT já havia fixado multa
diária de R$ 200 mil e determinado que os motoristas mantivessem 90% da frota nas ruas
em caso de novos protestos.
Em resposta, Hosogi disse que
"não iria deixar de defender a
categoria para cumprir determinação da Justiça".
O Sindmotoristas tem como
parceiro o instituto "O Resgate", presidido pelo ex-dirigente
sindical Edivaldo Santiago, que
participou das negociações.
Santiago comandou os motoristas e ganhou notoriedade
nas duas últimas décadas pelo
radicalismo e por ter articulado
seqüências de greves que pararam a cidade nas gestões Luiza
Erundina (1988-1992) e Marta
Suplicy (2001-2004).
Em 2003, ele e outros sindicalistas -entre eles Hosogi-
chegaram a ser presos pela Polícia Federal sob a acusação de
forjar greves com empresários
para pressionar a prefeitura a
conceder subsídios e elevar o
preço da passagem.
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