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Busca por tratamento para deixar de fumar cresce após lei
Com procura, ambulatório da Unifesp será ampliado para atender mais fumantes
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
Válida a partir de 6 de agosto,
a lei paulista de restrição ao cigarro já mexe com a rotina dos
hospitais da capital.
Com a projeção de que mais
fumantes decidam abandonar
o vício, o ambulatório Prevfumo, da Unifesp (Universidade
Federal de São Paulo), que faz
5.000 atendimentos por ano,
deverá ser ampliado.
Elevará em 25% a carga horária de cada membro de sua
equipe, que passará de 17 para
21 profissionais -médicos e
psicólogos que ajudam dependentes a parar de fumar.
Em programas semelhantes
de tratamento de tabagismo do
InCor e do Hospital Universitário da USP, a procura já aumentou -cerca de 30% no primeiro e 20% no segundo- desde o início de abril, quando a
Assembleia aprovou as restrições ao cigarro.
Proposta pelo governador
José Serra (PSDB), a lei banirá
o cigarro de locais fechados como bares, restaurantes e empresas, que podem ser punidos
com até 30 dias de fechamento.
"As pessoas que nos procuram têm citado a lei como motivação para deixar de fumar. Dizem que será ruim ir a um barzinho e não poder acender um
cigarro, então já pensam em
largar o vício de vez", diz a médica Jaqueline Scholz Issa, diretora do Programa de Tratamento de Tabagismo do InCor.
Frederico Fernandes, pneumologista do Ambulatório Antitabagismo do Hospital Universitário da USP, tem a mesma
percepção. "A pressão para parar de fumar está aumentando
com a aprovação da lei", diz.
Gratuitos, os programas de
tratamento costumam registrar espera de algumas semanas para agendamento. O paciente pode ter de arcar com os
remédios para deixar de fumar.
O maior número de atendimentos no InCor e no Hospital
Universitário dão força à hipótese de que, diante das restrições, mais fumantes desistam
do vício -e, com isso, fiquem
menos doentes. Foi o que aconteceu em países onde leis semelhantes foram implantadas.
Diversos estudos apontam
queda considerável de fumantes entre os moradores de Nova
York. Uma pesquisa do CDC
(Centro de Controle e Prevenção de Doenças), do governo
americano, aponta 19% menos
adeptos do fumo entre os anos
de 2002, antes das restrições
começarem, e 2006.
A lei é estímulo para a consultora de vendas Maria Regina
Penteado, que procurou o InCor há um mês e não fuma desde então. "No elevador, as pessoas já olham feio se você está
com cheiro de cigarro. Com essa lei, a cobrança só vai aumentar", diz ela, para quem abandonar o vício não é fácil.
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