São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 2011

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Trabalhador prefere metrô na Angélica; morador, no Pacaembu

Mas maioria dos frequentadores do bairro concordaria com estação Angélica, descartada pelo Metrô

Entre moradores, grau de aprovação ao metrô diminui quanto maior a proximidade da estação do local onde residem


FERNANDO CANZIAN
DE SÃO PAULO

Trabalhadores e moradores que frequentam ou vivem em Higienópolis (região central de São Paulo) têm preferências distintas sobre onde deveria ser construída uma estação de metrô no bairro.
Para 83% dos trabalhadores, a nova estação deveria ficar na esquina entre a avenida Angélica e a rua Sergipe, onde há maior volume de pessoas e por onde passam várias linhas de ônibus.
Entre os moradores, 66% consideram que a melhor alternativa seria nas cercanias do estádio do Pacaembu, região mais distante dos prédios residenciais e comerciais do bairro.
Mas a maioria quer o metrô em Higienópolis. Entre os moradores, 57% o aprovaria mesmo se o local escolhido fosse a av. Angélica.
É o que revela pesquisa Datafolha realizada ontem e anteontem no bairro com 360 trabalhadores e 386 moradores. A margem de erro do levantamento é de cinco pontos percentuais, para mais ou para menos.
A decisão do Metrô de São Paulo de desistir da construção de uma estação do coletivo na av. Angélica provocou uma onda de protestos virtuais e levou cerca de 600 pessoas, segundo a PM, a se manifestar pelas ruas do bairro no último sábado.
O Metrô alega critérios técnicos para a mudança do local e cogita outras áreas. A decisão ocorreu depois que uma associação de moradores de Higienópolis recolheu 3.500 assinaturas contra a estação na Angélica.
Esses moradores dizem temer a chegada de camelôs e outros problemas à região. Uma moradora chegou a dizer que a estação traria ao bairro de classe média alta "uma gente diferenciada" -expressão que serviu de mote à manifestação do fim de semana.
Além de separar trabalhadores e moradores em universos diferentes, a pesquisa Datafolha repartiu o bairro em quatro zonas distintas.
O resultado mostra que o percentual geral dos moradores que querem o metrô no bairro (70%) cai significativamente quando questionados se aprovariam uma estação no quarteirão de casa.
Na média dos moradores, 51% aprovariam o metrô no mesmo quarteirão onde moram. Mas 43% colocam-se totalmente contrários.
Ainda no caso dos moradores, só uma minoria (46%) aprovaria a construção de uma estação na praça Vilaboim, no coração do bairro.
Já entre os trabalhadores da região, a maioria aprova a chegada do metrô a Higienópolis independente das opções apresentadas (av. Angélica, estádio do Pacaembu e Vilaboim).
A segunda preferência desse grupo (depois da av. Angélica, com 83%) é a praça Vilaboim (64%). Mas 57% dos trabalhadores responderam que aprovariam se a estação ficasse no Pacaembu.


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