São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 2011

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EDGARD (1923-2011) E LYDIA BENOZATTI (1928-2011)

Os 62 anos de união de um casal paulista

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Em 1923, um alfaiate e uma cabeleireira de Assis (SP) batizaram o filho como Edgard Benozatti. Pouco mais de quatro anos depois, um casal de imigrantes italianos chamou a filha nascida na capital paulista de Lydia Rovai.
Nos anos 40, eles se encontraram: Edgard veio a SP para fazer direito na USP. Escolheu morar numa pensão no centro da cidade, onde, na recepção, trabalhava a filha da dona do local: Lydia.
Em 1949, a brava Lydia e o meigo Edgard, como são descritos pela família, casaram-se e partiram para Assis.
Lá, o marido ensinou latim por um ano, mas fez carreira mesmo como advogado. Participar de júris o realizava.
A mulher foi dona de casa, mas aconselhava as filhas a não aprender a cozinhar, pois achava que mulher precisava trabalhar fora. Tinha um pouco de frustração por não ter sido historiadora.
Nos anos 70, voltaram a SP: ele trabalhou no departamento jurídico da Ultragaz.
Edgard, de humor sofisticado, colecionava discos de jazz, torcia para o São Paulo e acompanhava a política. Lydia, comandante da casa, gostava de reunir a família no Natal e era palmeirense.
Aos 76, ela aprendeu computação para digitar os comentários políticos que ele fazia. Todo aniversário de casamento ela recebia dele um bilhete com flores ou joias.
Lydia, que tinha problemas pulmonares, morreu em 7 de maio, aos 83, após uma parada cardíaca. Da mesma forma, Edgard, que sofria de Parkinson, morreu aos 87, cinco dias depois da mulher, na quinta (12), quando faria 62 anos de casado. Tiveram quatro filhos e quatro netos.

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