São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 2011

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França recupera dados das caixas-pretas

Especialistas conseguiram ler informações do voo 447, mas análise deve durar semanas

ANA CAROLINA DANI
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE PARIS

Os especialistas franceses que investigam as causas do acidente com o voo 447 da Air France conseguiram ler no último fim de semana os dados contidos nos cartões de memória das duas caixas-pretas do Airbus A330 que caiu no oceano Atlântico.
O acidente aéreo, ocorrido em 31 de maio de 2009, na rota Rio de Janeiro-Paris, levou 228 pessoas à morte.
Em comunicado divulgado ontem, o BEA, órgão francês responsável pela investigação do caso, informou que a "integralidade dos dados" das duas caixas-pretas, que passaram 23 meses no fundo do mar, pôde ser recuperada.
Mas a análise das informações, explica o comunicado, deve durar "várias semanas". A expectativa é que um primeiro relatório parcial seja divulgado em julho ou agosto deste ano.
O relatório final deve sair apenas no ano que vem.

DADOS ESSENCIAIS
A leitura da memória das caixas-pretas é considerada essencial para explicar as causas do acidente.
No início deste mês, as equipes de busca conseguiram localizar e recuperar tanto o Cockpit Voice Recorder (CVR), contendo os registros das conversas dos pilotos, as gravações das comunicações feitas por rádio e os ruídos ambientes no interior da cabine, quanto o Flight Data Recorder (FDR), equipamento que registra os dados técnicos do voo, tais como altitude, velocidade e trajetória.
A recuperação das caixas-pretas ocorreu na quinta fase de buscas aos destroços.

"ÓTIMA NOTÍCIA"
Para o presidente da associação francesa de familiares das vítimas do voo AF 447, Jean-Baptiste Audousset, o anúncio do BEA é uma "ótima notícia". Há quase dois anos as famílias dos passageiros e tripulantes do Airbus A330 esperam elucidar as causas da tragédia.
Um relatório parcial divulgado pelo BEA em julho de 2009 apontou que problemas nas chamadas sondas pitot, que medem a velocidade das aeronaves em voo, eram "um elemento, mas não a causa do acidente".


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