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ABL critica livro distribuído pelo MEC que defende erro em fala
Segundo a Academia, professor deve ensinar a língua-padrão
DO RIO
A Academia Brasileira de
Letras divulgou ontem uma
nota criticando o MEC (Ministério da Educação) e os
autores do livro didático "Por
uma Vida Melhor", distribuído pelo ministério a 4.236 escolas do país.
Ao tratar da diferença entre a língua oral e a escrita, o
livro didático afirma que é
possível dizer "Os livro ilustrado mais interessante estão
emprestado" em determinados contextos.
"A Casa de Machado de
Assis vem estranhar certas
posições teóricas dos autores
de livros que chegam às
mãos de alunos dos cursos
fundamental e médio com a
chancela do Ministério da
Educação, órgão que se vem
empenhando em melhorar o
nível do ensino escolar no
Brasil", diz a nota.
A ABL argumenta que não
cabe ao professor de língua
portuguesa em sala de aula
ensinar outras variedades da
língua que não seja a padrão.
"[O professor] espera encontrar no livro didático o
respaldo dos usos da língua-padrão que ministra a seus
discípulos, variedade que
eles deverão conhecer e praticar no exercício da efetiva
ascensão social que a escola
lhes proporciona."
O MEC afirmou na semana
passada que o livro está em
acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais, que
servem como orientação para escolas e professores.
Sobre a nota da ABL, o
MEC afirma que o programa
de aquisição e seleção dos livros didáticos -em que há
uma avaliação das obras e liberdade para as escolas escolherem os livros com que trabalharão- foi discutido e
aprovado por várias associações, entre elas a ABL.
O livro em questão, elaborado pela ONG Ação Educativa, no capítulo em que trata
das diferenças entre escrever
e falar e das variações na linguagem oral, afirma: "Você
pode estar se perguntando:
"Mas eu posso falar os livro?".
Claro que pode. Mas fique
atento porque, dependendo
da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico".
A coordenadora da Ação
Educativa, Vera Masagão Ribeiro, diz que a frase foi tirada de contexto e que o livro
deixa claro que há uma norma culta da língua.
De acordo com Ribeiro,
não há o risco de um aluno
entender que pode escrever
dessa forma num concurso
público ou falar assim numa
entrevista de emprego.
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