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PÂNICO EM BARUERI
"Máquina estava num local onde não deveria estar", diz presidente da subsidiária responsável pelo duto perfurado
Petrobras vê erro em ação de empreiteira
ESTANISLAU MARIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Transpetro,
Wong Loon (Petrobras Transportes S.A.), disse ontem que o bate-estaca da empreiteira Queiroz
Galvão estava no lugar errado e
que isso teria provocado a perfuração de um duto em Barueri
(Grande SP), o que provocou vazamento de gás e gasolina.
O acidente ocorreu quando a
empreiteira fazia obras para o Rodoanel Mário Covas, serviço contratado pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/ A).
"O fato é que a máquina estava
num local onde não deveria estar.
Não queremos polemizar. Não
poderia fazer conclusões precipitadas. Mas isso é um fato, uma
realidade", afirmou o presidente
da subsidiária da Petrobras responsável pelo duto.
"Todas as hipóteses são possíveis. Até falha humana. Se foi um
erro humano, ou um erro dos desenhos das tubulações, vamos
apurar", afirmou.
Uma comissão de técnicos da
Dersa e da Petrobras começou a
trabalhar ontem para apurar as
causas e os responsáveis pelo acidente, que só não provocou uma
tragédia porque não houve faiscamento no momento em que a máquina perfurou o duto. Ainda não
se sabe a quantidade de gás e de
gasolina que vazou.
Segundo técnicos da Petrobras,
se o acidente tivesse provocado
uma explosão, o impacto e as chamas chegariam até a pista da Castelo Branco, atingindo os carros
que passassem ali no momento.
Limpeza
Desde as 8h de ontem, técnicos e
engenheiros da Dersa, da Petrobras, da Queiroz Galvão, bombeiros e Defesa Civil trabalhavam para liberação do duto e para permitir o retorno das famílias retiradas
do local anteontem.
Por volta das 12h, a Petrobras
começou a limpar o duto internamente para eliminar os últimos
bolsões de gás confinados.
Foi usado um equipamento conhecido como "pig", uma espécie
de esponja que é impulsionada
por um forte jato d'água, mecanismo que atravessa o tubo internamente. A operação demoraria
meia hora e poderia provocar a
interrupção da Castelo Branco.
Feito isso, a Queiroz Galvão e a
Petrobras tirariam a estaca que
provocou a perfuração.
Por volta das 13h, a Petrobras
iria notificar as famílias que foram
alojadas em dez hotéis em São
Paulo e em Osasco.
Os 632 adultos cadastrados
-as crianças não foram contadas- poderiam voltar para suas
casas por volta das 15h.
Multa
A Cetesb multou ontem a construtora Queiroz Galvão em R$ 98
mil pelo vazamento de gás e gasolina em Barueri.
A empresa ainda pode recorrer.
Procurada pela Folha, até as
12h15 a empreiteira não havia se
manifestado sobre a decisão da
Cetesb.
A Petrobras ainda não está livre
de uma penalização. Técnicos da
Cetesb farão durante a semana
um relatório detalhado que pode
apontar responsabilidades da estatal. Nesse caso, a empresa também seria multada, em um valor
ainda a ser fixado.
Segunda a Cetesb, desde a 1h de
ontem já não havia mais risco de
explosão na área de vazamento
em Barueri. O gás e a gasolina já
haviam se dissipado.
Pela manhã, a Petrobras fez
uma vistoria nas casas de onde foram retiradas as famílias. Também ali não havia mais nenhum
confinamento de gás, e os imóveis
foram liberados. Após o acidente,
famílias num raio de 500 metros
da perfuração foram desalojadas.
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