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OUTRO LADO
Em depoimento, policiais negaram ter agredido os presos infiltrados
DA REPORTAGEM LOCAL
PMs ouvidos no inquérito policial da Delegacia Seccional Norte
negaram ter torturado os presos
Rony Clay Chaves e Rubens
Leôncio Pereira, mas confirmaram as operações envolvendo a
infiltração de presos em quadrilhas que seriam ligadas ao PCC.
Segundo os depoimentos dos
policiais militares no inquérito, os
presos Chaves e Pereira participaram de ações do Gradi/PM que teriam conhecimento da Justiça
-dos dois juízes-corregedores
afastados pelo TJ- e até do próprio comando da Polícia Militar.
De acordo com o relato dos
PMs, entre eles o do tenente Henguel Ricardo Pereira e do tenente-coronel Roberto Mantovan, os
dois presos tentaram usar uma
operação para fugir.
Os policiais negaram no inquérito as agressões e falaram que o
preso Pereira fraturou o fêmur ao
cair, durante a fuga, do telhado da
casa onde estava escondido. Chaves, segundo os PMs, teria se ferido ao cair da escada da casa.
Cerca de 40 pessoas foram ouvidas na investigação. Desse grupo,
25 eram PMs. Duas mulheres que
estavam na casa testemunharam
a ação. Mas, segundo a Polícia Civil, não conseguiram identificar
os soldados que participaram da
suposta agressão.
No depoimento, o tenente-coronel Roberto Mantovan afirmou
que o comando da PM sabia de
todas as operações do Gradi, inclusive das infiltrações com presos recrutados. Também em depoimento, o tenente Pereira confirmou que a idéia de infiltrar presos começou com o detento Marcos Massari -também denunciado pelo Ministério Público-, que
passou a recrutar outros detentos.
O tenente negou ter oferecido algum benefício em troca dos serviços deles à PM.
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