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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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OUTRO LADO

Em depoimento, policiais negaram ter agredido os presos infiltrados

DA REPORTAGEM LOCAL

PMs ouvidos no inquérito policial da Delegacia Seccional Norte negaram ter torturado os presos Rony Clay Chaves e Rubens Leôncio Pereira, mas confirmaram as operações envolvendo a infiltração de presos em quadrilhas que seriam ligadas ao PCC.
Segundo os depoimentos dos policiais militares no inquérito, os presos Chaves e Pereira participaram de ações do Gradi/PM que teriam conhecimento da Justiça -dos dois juízes-corregedores afastados pelo TJ- e até do próprio comando da Polícia Militar.
De acordo com o relato dos PMs, entre eles o do tenente Henguel Ricardo Pereira e do tenente-coronel Roberto Mantovan, os dois presos tentaram usar uma operação para fugir.
Os policiais negaram no inquérito as agressões e falaram que o preso Pereira fraturou o fêmur ao cair, durante a fuga, do telhado da casa onde estava escondido. Chaves, segundo os PMs, teria se ferido ao cair da escada da casa.
Cerca de 40 pessoas foram ouvidas na investigação. Desse grupo, 25 eram PMs. Duas mulheres que estavam na casa testemunharam a ação. Mas, segundo a Polícia Civil, não conseguiram identificar os soldados que participaram da suposta agressão.
No depoimento, o tenente-coronel Roberto Mantovan afirmou que o comando da PM sabia de todas as operações do Gradi, inclusive das infiltrações com presos recrutados. Também em depoimento, o tenente Pereira confirmou que a idéia de infiltrar presos começou com o detento Marcos Massari -também denunciado pelo Ministério Público-, que passou a recrutar outros detentos. O tenente negou ter oferecido algum benefício em troca dos serviços deles à PM.


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