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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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Associação de médicos tenta reabrir Maternidade São Paulo

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Abalada por uma crise financeira de décadas, a mais tradicional das maternidades da cidade, a Maternidade São Paulo, está entre dois destinos opostos: ou renasce das cinzas que encobrem uma dívida que beira os R$ 40 milhões, ou será ocupada por dezenas de famílias de funcionários que não recebem há quase dois anos.
O destino dependerá de uma reunião, amanhã. A associação dos médicos da maternidade, que há anos luta para mantê-la aberta, afirma que uma parceria com especialistas da Fundação Getúlio Vargas atrairá interessados com condições de reabrir o hospital.
"Paramos momentaneamente. Vamos recomeçar com toda a força no próximo mês", afirma o médico Antonio Moraes Filho, que diz já estar organizando a nova equipe de profissionais. Ele não revela como serão resolvidas as dívidas que chegam a R$ 31 milhões só com funcionários.
O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de São Paulo também deseja a reabertura do hospital, mas não pretende esperar mais. "Se não houver solução, só restará às famílias que há meses estão sem salários ocupar aquele espaço", diz Joaquim José da Silva, da diretoria do sindicato.
Desde a semana passada, a maternidade não vem mais atendendo. Fundado em 1894, o hospital já fez quase 27 mil partos e nos anos 70 chegou a ter 400 leitos ativos e 1.200 funcionários.
O último grande esforço para salvá-la ocorreu em 2001, quando a Câmara Municipal criou um grupo para cuidar do caso. "Tivemos o apoio do governo, de entidades médicas e de funcionários, mas esbarramos na resistência da irmandade, que se recusou a abrir os livros contábeis", diz o vereador Gilberto Natalini (PSDB).
A maternidade é uma associação sem fins lucrativos e seu prédio junto à Paulista é visto como uma tentação imobiliária.


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