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Associação de médicos tenta
reabrir Maternidade São Paulo
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Abalada por uma crise financeira de décadas, a mais tradicional
das maternidades da cidade, a
Maternidade São Paulo, está entre
dois destinos opostos: ou renasce
das cinzas que encobrem uma dívida que beira os R$ 40 milhões,
ou será ocupada por dezenas de
famílias de funcionários que não
recebem há quase dois anos.
O destino dependerá de uma
reunião, amanhã. A associação
dos médicos da maternidade, que
há anos luta para mantê-la aberta,
afirma que uma parceria com especialistas da Fundação Getúlio
Vargas atrairá interessados com
condições de reabrir o hospital.
"Paramos momentaneamente.
Vamos recomeçar com toda a força no próximo mês", afirma o médico Antonio Moraes Filho, que
diz já estar organizando a nova
equipe de profissionais. Ele não
revela como serão resolvidas as
dívidas que chegam a R$ 31 milhões só com funcionários.
O Sindicato dos Empregados
em Estabelecimentos de Serviços
de Saúde de São Paulo também
deseja a reabertura do hospital,
mas não pretende esperar mais.
"Se não houver solução, só restará
às famílias que há meses estão
sem salários ocupar aquele espaço", diz Joaquim José da Silva, da
diretoria do sindicato.
Desde a semana passada, a maternidade não vem mais atendendo. Fundado em 1894, o hospital
já fez quase 27 mil partos e nos
anos 70 chegou a ter 400 leitos ativos e 1.200 funcionários.
O último grande esforço para
salvá-la ocorreu em 2001, quando
a Câmara Municipal criou um
grupo para cuidar do caso. "Tivemos o apoio do governo, de entidades médicas e de funcionários,
mas esbarramos na resistência da
irmandade, que se recusou a abrir
os livros contábeis", diz o vereador Gilberto Natalini (PSDB).
A maternidade é uma associação sem fins lucrativos e seu prédio junto à Paulista é visto como
uma tentação imobiliária.
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