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Polícia do Rio matou 25% mais no primeiro semestre; crimes caíram
Foram 652 mortes entre janeiro e junho, contra 520 em igual período de 2006
MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO
A polícia do Rio matou 25,4%
mais no primeiro semestre em
comparação com o mesmo período de 2006, enquanto houve
redução na maioria dos crimes
violentos no Estado, incluindo
a morte de policiais em serviço.
Balanço das ocorrências divulgado ontem pelo ISP (Instituto de Segurança Pública)
mostra que 652 pessoas morreram em suposto confronto com
a polícia entre janeiro e junho.
Em igual período de 2006, foram 520 mortes. A maioria das
mortes em confronto ocorreu
na capital -foram 336 em 2006
e 446 em 2007.
Além das mortes decorrentes
da ação policial, os únicos crimes que registraram elevação
em 2007 em relação a 2006 foram os de roubo a transeunte,
que passou de 22,19 mil casos
para 24,44 mil, furtos (67,25
mil para 70,58 mil) e extorsão
mediante seqüestro, que passou de 2 para 3.
A comparação entre os dois
períodos é parcialmente distorcida pelos registros dos meses
de maio e junho, que excluem
as estatísticas das delegacias
não informatizadas, que representam 65 do total de 165.
Reportagem publicada ontem pela Folha mostrou que o
índice de mortos pela polícia
do Rio entre janeiro e abril foi
quatro vezes superior à média
internacional, segundo estudo
do professor da Universidade
de Nova York, Paul Chevigny.
Para cada grupo de 41 pessoas
mortas pelas forças de segurança, morreu um policial.
A diretora do ISP, Ana Paula
Miranda, atribuiu o aumento
do número de mortes em confronto à intensificação das
ações de enfrentamento ao tráfico de drogas e de armas.
As mortes decorrentes da
operação policial no complexo
de favelas do Alemão (zona
norte) já estão incluídas nas estatísticas divulgadas ontem. As
ações começaram em maio e se
intensificaram no dia 27 de junho, quando 19 pessoas foram
mortas. No total, desde o início
da operação, foram registradas
pelo menos 45 mortes em suposto confronto com a polícia.
No Estado, dos 28 índices de
criminalidade, que incluem as
recuperações de veículos e as
apreensões e prisões feitas pela
polícia, houve queda em 23. O
roubo de veículos caiu 13,7%.
As ocorrências de homicídio
doloso passaram de 3.210 para
2.828, o que representa queda
de 11,9%. Os registros de roubo
a estabelecimentos comerciais
diminuíram de 2.538 para
2.088, uma redução de 17,7%.
Miranda avaliou que era melhor divulgar um balanço parcial das ocorrências criminais
do primeiro semestre do que
não "divulgar nada". Segundo a
diretora, o levantamento de dados das delegacias não informatizadas foi prejudicado pela
ausência de digitadores, em razão da troca da empresa responsável pelo serviço.
Em sua opinião, é difícil avaliar o impacto da ausência de
dados das 65 delegacias não informatizadas nas estatística.
Cada região tem características
próprias, afirmou.
Na cidade do Rio, apenas
quatro delegacias não tiveram
seus dados de maio e junho incluídos nas estatísticas.
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