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Até canteiro vira vaga para carro em Cumbica
Estacionamento chega a improvisar 500 vagas para suprir superlotação
Problema acompanha crescimento do número de passageiros no aeroporto, que foi de 83% entre 2002 e 2009
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO
O estacionamento do aeroporto de Guarulhos (Grande
São Paulo) passou do limite.
No maior campo para pousos e decolagens do país, faltam vagas para parar o carro
durante a manhã e no final
da tarde. Cerca de 3.500 veículos espremem-se em um
espaço destinado a 3.000.
Para isso, os automóveis
ocupam todos os vazios, até
calçadas e o canteiro gramado. Placas de "proibido estacionar" são ignoradas -ontem, veículos bloqueavam
um retorno.
Pela manhã, o advogado
Lauremiro Vasconcelos, 69,
ficou rodando por 20 minutos atrás de uma vaga. "É um
absurdo ficar tão lotado",
queixava-se.
Os funcionários não impedem os motoristas de pararem nas vagas improvisadas
-como não se trata de via
pública, não há irregularidade, por mais que as alternativas causem desconforto.
"Se alguém diz que tem
que correr senão perde o voo,
vou fazer o quê?", justificava
um funcionário.
A cada ano, há mais gente
nessa correria. O movimento
de passageiros no aeroporto
de Cumbica cresceu 83% entre 2002 e 2009, elevando
também o faturamento do estacionamento, que cobra R$
7,50 por hora.
PAROU TUDO
No último feriado de 9 de
julho, não havia mais onde
improvisar, e o estacionamento bloqueou a entrada. A
administradora Garage Inn
fez então um comboio até o
terminal de cargas, onde é
possível parar 600 veículos.
A Infraero (estatal responsável pelos aeroportos) afirma direcionar o motorista
para o local nos horários de
mais movimento.
A estatal atrasou um projeto para a construção de um
edifício garagem com mais
4.000 vagas no aeroporto. A
concorrência para contratar
a construtora deveria ter sido
lançada em 2009.
Foi preciso, diz a Infraero,
refazer o projeto, pois o terreno onde o edifício seria erguido será utilizado pelo Expresso Aeroporto, trem previsto
pela CPTM que ligará o terminal ao centro de SP. Nova
concorrência para desenvolver o projeto será lançada
ainda neste ano.
Estudo apresentado pelo
Snea (sindicato das empresas aéreas) no ano passado
mostrava que 9 de 15 aeroportos em cidades-sede da
Copa apresentavam problemas de estrutura, entre as
quais falta de vagas para estacionar. Guarulhos era o de
situação mais crítica.
"O passageiro vai de carro
só em último caso, porque
sabe que é difícil estacionar",
diz Ronaldo Jenkins, diretor
do sindicato.
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