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GILBERTO FERNANDES (1935-2010)
Papai Papudo do infantil "Bozo"
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
Sob a lona do circo, Gilberto Fernandes, o Gibe, cresceu
e aprendeu a ser artista. Foi
fazendo palhaçada que ele ficou conhecido na década de
80, ao se vestir de Papai Papudo no programa infantil
do SBT comandado por Bozo.
A família, que se mudara
do Chile para o Brasil, era toda do universo circense, pai e
mãe, inclusive. Tinha como
primos os palhaços Arrelia e
Estremelique. Rodeado de
artistas desde cedo, Gibe começou a trabalhar aos sete.
Até a mulher com quem viveu por 49 anos ele conheceu
no picadeiro. Laudi vinha
também do circo. No circo-teatro de seu pai, certa vez
ela via da coxia um espetáculo de Silvio Santos, que naquela noite recebera flores.
Foi quando surgiu um rapaz que lhe deu uma rosa
roubada do apresentador.
Era Gibe. Silvio Santos, sem
imaginar, já lançava as bases
de seus programas de namoro na TV, brinca Laudi.
Do circo, foi para o teatro,
e, dali, para a TV e o cinema.
Fez cerca de 20 filmes. Passou pela Tupi, pelo teatro do
Sesi, e, além de atuar, foi redator do programa do Bozo,
onde usava o bordão "Que
horas são? São cinco e 60!".
Fez ainda pegadinhas no
"Topa Tudo por Dinheiro".
Era brincalhão e irritado,
diz a mulher. Tinha como
ídolo Oscarito, ator que imitou em comercial do Banco
do Brasil. Ultimamente, trabalhava como redator no
programa do Didi (Globo).
Após sofrer uma queda, teve problemas cardíacos agravados. Passou por uma cirurgia, mas não resistiu e morreu ontem, aos 75, deixando
viúva, dois filhos e seis netos.
O enterro será hoje de manhã, em Registro (SP).
coluna.obituario@uol.com.br
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