São Paulo, domingo, 17 de julho de 2011

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E., 22

Tenho receio do que possam fazer comigo

(...) Depoimento à
ENVIADA ESPECIAL A AUTAZES (AM)

Quando eu tinha uns 15, 16 anos, gostava de sair e me divertir numa casa de forró daqui do porto de Autazes. Foi lá que eu conheci o Richard [Schair, suspeito de liderar o esquema de turismo sexual].
Ele estava com outros americanos. Quem apresentou foi um homem chamado Adilson, o tradutor.
Richard falava a nossa língua e dizia que tinha trabalho dentro do barco. De camareira, cozinheira... Me ofereceram quase uns US$ 200, e eu fui.
Quando entrei no barco, tinha mais quatro meninas, todas menores. Me deram muita bebida, acabei ficando de porre. Daí um americano me pegou.
Ele era alto, meio careca, olho azul e queria fazer coisas que eu não queria.
Fiquei com medo de reclamar porque eles podiam fazer alguma coisa.
Eles me deixaram no porto. Recebi R$ 50.
Já apareceram aqui uns policiais americanos. Contei tudo pra eles, mas tenho muito medo do que possam fazer comigo.
Hoje, cortei e pintei o meu cabelo para mudar geral. Os americanos queriam a gente por causa do cabelo comprido e preto.


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