São Paulo, domingo, 17 de julho de 2011

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FOCO

Cães precisam de mais doadores de sangue no frio

Estoque cai no inverno; hemocentros caninos de Campinas não conseguem suprir demanda

MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS

Ao descobrir que Max tinha um tumor no baço, Letícia Ruiz hesitou em aprovar uma cirurgia. Só ficou tranquila mesmo quando soube que a recuperação dele poderia ser mais rápida se recorresse a doações de sangue.
Seria uma história comum, não fosse Max um mestiço de labrador com dog alemão de cinco anos.
Assim como Max, muitos cachorros dependem de um banco de sangue canino quando passam por cirurgias ou são tratados de anemia, por exemplo.
Mas, na região de Campinas (93 km de São Paulo), as doações já não são suficientes para atender à demanda.
A responsável pelo banco de sangue canino do Laboratório Vetpat, Camila Ruiz, recorre a canis para conseguir manter o estoque.
"Mesmo assim, toda semana recebo até cinco ligações com emergências que não consigo atender e sei que os animais morrerão", disse.
O laboratório, que atende a chamadas de toda a região, precisaria de 25 bolsas de sangue por semana, mas só coleta cerca de 15.
No Estado de São Paulo, segundo Ruiz, há cinco laboratórios particulares e um público (vinculado à USP, na capital), mas clínicas veterinárias também podem fazer a coleta.

ESTÍMULO
A situação dos estoques tende a piorar, porque durante o inverno há menos doadores. "Por falta de estímulo ou pelo fato de que os donos dos animais viajam", afirma Ruiz.
Depois de ter sido informada das facilidades e da necessidade de doações, a bióloga Letícia Ruiz decidiu que irá contribuir com o banco.
De acordo com ela, Max não pode ser doador por ter retirado o baço, mas Amy, 6, a cadela da família, entrará na lista de doadores.
Para doar sangue, o cachorro precisa ter de um a oito anos, pesar mais de 25 kg, ter as vacinas em dia, não estar prenhe e não ser agitado, já que a coleta é feita sem anestesia, para evitar riscos ao animal.
Segundo Ruiz, antes da coleta, os laboratórios realizam exames físicos e laboratoriais para checar a função renal e hepática do cão, o que acaba servindo também como um check-up do animal.
"Será retirada apenas a quantidade que o cachorro pode doar, sem prejudicar nenhuma função do animal. Eles, aliás, não têm o fator psicológico e se recuperam muito mais rapidamente. Saem da mesa vibrando", disse. Segundo ela, as doações podem ocorrer a cada três meses.


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