São Paulo, terça-feira, 17 de agosto de 2004

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GUERRA SEM TRINCHEIRA

Quatro PMs ficaram feridos na ação; anteontem, seis supostos traficantes haviam sido mortos na região

Polícia mata mais três em favela do Rio

TALITA FIGUEIREDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Três supostos traficantes morreram e quatro policiais militares ficaram feridos durante trocas de tiros, na manhã de ontem, na favela Roquete Pinto, localizada no complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro.
Foi o segundo incidente com mortes entre policiais e traficantes na região. No domingo, outros seis supostos traficantes já tinham sido mortos no conjunto Esperança, localizado no mesmo complexo, em confronto com PMs.
De acordo com a polícia, o tiroteio de ontem aconteceu por volta das 5h30, quando um comboio com quatro carros policiais abordava dois homens que estavam em uma motocicleta. Nesse instante, os policiais dizem que foram atacados a tiros pelos traficantes da favela.
A ação ocorreu na avenida Brasil (uma das principais vias de acesso ao Rio de Janeiro), na altura do piscinão de Ramos, vizinho à favela Roquete Pinto.
O soldado Wellington Flávio Tavares foi atingido por três tiros (na mão, na perna e nas nádegas). Ele não corre risco de morte.
Durante o tiroteio, os policiais solicitaram reforço. A PM iniciou então uma incursão na favela.
Quando estavam próximos ao Posto de Policiamento Comunitário da favela Roquete Pinto, houve novo confronto. Três supostos traficantes foram baleados. Eles foram levados para o Hospital Geral de Bonsucesso, na zona norte da cidade, onde morreram.
O tenente Sandro Jesus Lima do Nascimento e os soldados Renildo Lopes dos Santos e Marcelo Giovani Silva também foram atingidos por disparos. Eles receberam atendimento no Hospital Geral da Polícia Militar.

Apreensão
Durante a incursão na favela depois do confronto, a Polícia Militar diz ter apreendido duas granadas, duas pistolas, munição para fuzil e pistola, dois carregadores de fuzil e drogas. Dois carros que tinham sido roubados foram recuperados na Roquete Pinto.
O policiamento em todo o complexo foi reforçado para evitar manifestações de moradores.
Na noite de sábado, o pastor evangélico Antônio Carlos Rosa, 54, foi vítima de uma bala perdida quando dirigia na avenida Brasil, próximo à favela Vila do João (no mesmo complexo da Maré). Segundo a polícia, ele foi atingido quando traficantes faziam disparos contra um carro da PM que fica parado diante da Vila do João.
No domingo à tarde, seis pessoas foram mortas no conjunto Esperança, também na Maré, em uma operação da polícia para localizar os autores dos disparos que mataram o pastor.


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