|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para vizinhos, violência no bairro aumentou
Moradores e pessoas que trabalham na Vila Clementino reclamam da insegurança; roubo de celulares é comum, dizem
Polícia confirma casos
de roubo a celulares; nos últimos dois dias, foram pelo menos três ocorrências do tipo registradas no bairro
DA REPORTAGEM LOCAL
Moradores e pessoas que trabalham na Vila Clementino reclamam do aumento da criminalidade na área, principalmente do roubo de celulares.
O pró-reitor de administração da Unifesp, Sérgio Draibe, é
um dos que criticam a insegurança no bairro. Ele conta que
ontem, por exemplo, às 11h,
uma pessoa teve seu celular
roubado na rua Botucatu.
O delegado titular do 16º DP
(Vila Clementino), Oswaldo de
Souza, confirmou que tem
ocorrido roubos de celulares na
área -anteontem foram dois
flagrantes e, ontem, mais um,
todos nas proximidades do
shopping Metrô Santa Cruz.
O delegado, porém, disse que
as estatísticas não têm crescido
tanto. "Muitas pessoas não fazem boletim de ocorrência",
afirma Souza.
Para Draibe, que disse ter ficado muito abalado com a morte do médico José Edmur dos
Santos, há um sério déficit de
iluminação e de segurança na
região. "Estamos cansados de
ser vítimas de violência no bairro. Precisamos de uma ação
efetiva, de melhorias nas condições de iluminação e de maior
policiamento", disse.
A Vila Clementino foi alvo de
um estuprador em 2005 -entre abril e junho daquele ano,
pelo menos oito ataques ocorreram.
Circulam pela região cerca de
25 mil a 30 mil pessoas por dia,
entre eles muitos pacientes de
hospitais. "Temos muitas funcionárias e também os pacientes, que são pessoas frágeis.
Não podemos ser alvo de estupros e homicídios" afirma Draibe. Segundo ele, os médicos
sempre andam com celular na
mão para atender os pacientes.
"À noite aqui é muito ruim. O
comércio fecha, as clínicas param de atender e fica tudo vazio. A iluminação também é
precária", diz João Gonçalves,
que trabalha na recepção da clínica do setor de neuromuscular
da Unifesp. Foi na frente dessa
clínica que o pneumologista foi
baleado pelo criminoso.
"Alguns ladrões passam correndo para roubar o celular e
outros usam até motos", afirma
o ambulante Paulo dos Santos,
28, que trabalha há sete anos na
calçada da Pedro de Toledo.
Ele diz que, em razão da morte do médico, não pretende
mais ficar no período da noite
na região. "Costumava ficar até
as 18h30, mas agora vou embora antes de escurecer. E, claro,
uso um celular baratinho."
O ambulante diz ter presenciado dois roubos de celular no
mesmo dia na rua Pedro de Toledo, perto de onde aconteceu o
ataque ao médico.
Joab da Silva Amorim, 21,
que trabalha numa lanchonete
nessa rua, diz que presenciou
um roubo contra outro médico
quase no mesmo lugar do crime
de anteontem -onde uma árvore contribui para deixar o local mal iluminado. O médico
passeava com o cachorro quando foi abordado pelo ladrão.
Moradores da área, que não
quiseram se identificar, dizem
suspeitar que muitos crimes
que ocorrem no bairro sejam
cometidos por habitantes da favela Mário Cardim, localizada
na rua de mesmo nome.
O delegado Souza diz que as
pessoas têm de ser mais cuidadosas na região, andar com o vidro do carro fechado e não ostentar jóias e relógios caros.
(AFRA BALAZINA)
Texto Anterior: Ladrão mata médico na Vila Clementino Próximo Texto: Memória: Jovens foram estupradas na região em 2005 Índice
|