São Paulo, segunda-feira, 17 de agosto de 2009

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Casos de gripe caem no RS, mas municípios adiam aula

Casos novos caíram de 848 na última semana de julho para 640 na 1ª semana de agosto

No sábado, 23 cidades gaúchas decidiram manter as férias até 1º de setembro; São Paulo, Rio e Paraná retomam as aulas hoje

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Na véspera da volta às aulas nas escolas públicas e privadas do Rio Grande do Sul, o secretário estadual de Saúde, Osmar Terra, informou que os novos casos de gripe suína estão caindo. Mesmo assim, 23 municípios decidiram manter as férias na rede municipal até o começo de setembro, como prevenção contra a doença.
Terra disse que não há estudos que comprovem a eficácia da prorrogação das férias para conter a disseminação da gripe.
Em São Paulo e no Rio, infectologistas já tinham relatado indícios de queda no número de novas contaminações.
Segundo Terra, na última semana de julho o RS registrou 848 novos casos. Na primeira semana de agosto, 640.
"O dado da última semana ainda não foi totalmente consolidado, mas é animador. Não deve ultrapassar 400 novos casos", disse o secretário. "Há uma tendência de queda sustentada", afirmou ele.
Desde o final de julho, o número de pessoas internadas em UTIs por causa da gripe também estabilizou em 280.
"Aparentemente há uma parcela da população mais suscetível ao vírus, que já foi contaminada, e agora começa o declínio de novos casos. Foi o que ocorreu também na Argentina e no Uruguai", declarou Terra.
Ele afirma, porém, que o número de mortes deve continuar subindo porque ainda não ficaram prontos os exames de todas as pessoas que morreram com sintomas de gripe -no Estado, foram 70 óbitos confirmados até agora; no país, até ontem, eram 339, segundo secretarias estaduais.
Na semana passada, infectologistas afirmaram à Folha que há indícios de que São Paulo e Rio de Janeiro podem já ter chegado ao pico epidêmico da gripe A (H1N1). A tendência, segundo eles, é de uma redução gradual no número de novos casos daqui para frente.
Segundo o infectologista David Uip, diretor do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, ao longo dos últimos dias o pronto-socorro do hospital registrou uma queda de 28% nos atendimentos diários. Ele próprio adverte, porém, que a redução pode dever-se a outros fatores, como a oferta de antivirais fora da rede oficial.
No RJ, a queda nos atendimentos foi de 20%.

Volta às aulas
Nesta segunda, mais de 1,5 milhão de estudantes deverão voltar às salas de aula no Rio Grande do Sul, menos nas 23 cidades pertencentes à Associação dos Municípios da Zona Sul do Rio Grande do Sul, que decidiram, no sábado, adiar para o dia 1º de setembro o retorno nas escolas municipais.
A decisão, diz a associação, foi embasada em um estudo que contraria o que foi anunciado pelo secretário estadual.
De acordo com o secretário da Saúde de Pelotas, Francisco Isaías, uma pesquisa do Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas mostra que há um prognóstico de aumento de casos da nova gripe nas duas últimas semanas de agosto.
As escolas da rede estadual de São Paulo, Rio, Paraná e do Rio Grande do Sul retomam as aulas hoje. A rede particular paulista também volta hoje.


Colaborou a Folha Online


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