No primeiro dia de multas para motociclistas na pista expressa, CET libera circulação em alguns trechos

Com decisão, em quase metade da marginal as motos estão liberadas; multa nos demais trechos é de R$ 85,12

Rivaldo Gomes/Folhapress

Agente da CET multa moto

DO "AGORA"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma mudança de última hora na regra que proíbe motos na pista expressa da marginal Tietê trouxe dúvidas para os motociclistas ontem, no primeiro dia em que infratores poderiam ser multados.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) havia anunciado anteriormente o veto para evitar acidentes.
Pela manhã, no entanto, informou que a circulação de motos seria permitida em locais da via ainda em obras ou sem a pista central -a marginal tem três pistas em cada sentido em alguns trechos.
Com a decisão, em quase metade dos 23,5 km da marginal as motos ficaram liberadas. Isso causou confusão. Como os trechos são alternados, o motociclista encontrou dificuldade para identificar os lugares onde não podia circular.
Correu o risco de tomar quatro pontos na carteira de habilitação (infração média) e R$ 85,12 de multa.
Diretor da CET, Eduardo Macabelli afirmou que "nos pontos de autuação, não haverá dúvida ou possibilidade de contestação posterior".

A CADA TRÊS MINUTOS
Ao circular pela via, a reportagem contou uma moto a cada três minutos descumprindo a norma, das 8h30 às 10h10 de ontem.
Para especialistas, o número é baixo, comparado ao fluxo de 36 mil motos que passam, diariamente, pela marginal. Mas pode crescer e tornar a medida inócua se não houver fiscalização e sinalização eficazes.
As motos representam 12,4% da frota da cidade, mas só receberam 5,5% das multas aplicadas ao longo do ano passado.
A CET diz que o número menor de infrações se deve ao fato de elas não estarem sujeitas ao rodízio -maior motivo de multas de carros.
Flamínio Fichmann, urbanista especialista em trânsito, diz que, ao contrário, os motociclistas cometem mais infrações, mas encontram formas de burlar a multa.

FISCALIZAÇÃO
O problema é agravado pelo fato de os radares não serem capazes de ler as placas das motos. Para Luís Antônio Seraphim, engenheiro consultor em trânsito, a fiscalização atual é ineficiente.
A CET diz que 42 marronzinhos e 23 policiais militares atuaram ontem, divididos em três turnos. A Folha só encontrou, ao longo de 47 km (somando os dois sentidos da marginal), um carro e duas motos da Polícia Militar e quatro marronzinhos.
O Sindimoto (Sindicato dos Trabalhadores Motociclistas de SP) diz que vai entrar com ação contra a proibição, que considera ilegal.
(WILLIAM CARDOSO e CRISTINA MORENO DE CASTRO)

Colaborou MOACYR LOPES JÚNIOR


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