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EPIDEMIA
Doença transmitida por cães já matou 2 este ano em SP; 19 estão contaminados
SP tenta evitar avanço de leishmaniose
EDMILSON ZANETTI
da Agência Folha, em São José do Rio Preto
O avanço da leishmaniose visceral em São Paulo levou a Secretaria da Saúde a ampliar o programa de combate para evitar
uma explosão da doença.
Será iniciado no mês que vem
um levantamento sobre o estado
dos cães em 216 municípios, dentro de um raio de 150 quilômetros
a partir de Araçatuba (532 km a
noroeste de São Paulo).
A cidade, por onde a doença entrou no Estado, é o ponto de referência porque é o pólo de uma
epidemia que já contaminou 19
pessoas, matou duas e levou ao
sacrifício mais de 3.000 cães este
ano.
A área ampliada de investigação abrange importantes centros
urbanos, como Presidente Prudente, Bauru e São José do Rio
Preto. Nas duas últimas cidades
já foram detectados casos isolados de leishmaniose visceral em
cães este ano.
O programa será desenvolvido
em parceria com os municípios,
segundo o superintendente estadual da Sucen (Superintendência
de Controle de Endemias), Luiz
Jacintho da Silva.
Sem revelar o volume de investimento, Silva disse que o programa tende a ser permanente.
"Mesmo que um dia não haja
mais casos humanos, a meta é
manter o controle."
A idéia é fazer o que já vem sendo feito em Araçatuba desde o final do ano passado: a partir da
coleta de sangue de cachorros, o
Instituto Adolfo Lutz da capital
realiza exames sorológicos e descobre se o animal está doente.
Na zona urbana, o cão serve de
reservatório para o mosquito
transmissor, o Lutzomyia longipalpis. O mosquito transmite a
doença depois de picar um animal contaminado.
De 19 pessoas que contraíram a
doença este ano no Estado, 18 são
de Araçatuba e uma de Birigui.
Duas morreram, uma criança e
um adolescente.
Dos 17 sobreviventes, 15 são
crianças. Dez delas continuam
em tratamento. Existem outros
273 casos suspeitos em humanos
na cidade. Por recomendação do
Ministério da Saúde, todo cão
doente tem de ser sacrificado. A
eutanásia é feita com uma injeção
de cloreto de potássio.
Em um ano, a doença se espalhou para 23 municípios da região noroeste do Estado. De cada
cem cães examinados, 13 estão
doentes, segundo a DIR-6 (Direção Regional de Saúde).
Só em Araçatuba, desde outubro, foram colhidas amostras de
sangue de 24.320 animais para
exames. Foram sacrificados
3.157, incluindo cães de rua.
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