São Paulo, Sexta-feira, 17 de Setembro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vereadores desmentem negociação

da Reportagem Local

Os vereadores da base governista na Câmara negam que tenham fechado um acordo com o Executivo, mas não explicam a razão de a CPI da máfia ter sido colocada em votação sete vezes e, em nenhuma delas, a proposta ter sido vetada. Também não há justificativa para o fato de a bancada ter conseguido ontem reunir os 27 votos contra a CPI.
A assessoria de imprensa do prefeito Celso Pitta (PTN) também nega qualquer influência da prefeitura na decisão.
A única sinalização sobre a suposta negociação com o prefeito para que a CPI fosse vetada foi dada pelo vereador Paulo Frange (PTB). Ele admitiu em entrevista à Folha, quando ainda era líder do PPB, que o impasse ocorria devido à exigência de cargos.
Ele não revelou os partidos ou vereadores que fizeram a exigência. Na época, o PTB, o novo partido de Frange, era apontado como um dos que estavam negociando. Ontem, Frange negou essa possibilidade. "O PTB não tem a intenção de indicar ninguém."
Segundo o vereador José Viviani Ferraz (PL), principal articulador da tentativa de vetar a CPI ontem, a decisão ocorreu devido à mobilização que está sendo preparada por partidos de oposição.
A mobilização deve ocorrer na próxima terça, quando vereadores da oposição pretendem reunir, em um ato na praça Ramos, assinaturas pró-CPI em um abaixo-assinado.
"O Executivo não tem nada com a CPI. Estamos tentando rejeitar a CPI da oposição há mais de um mês. Queremos aprovar a que foi proposta por nós", disse o vereador Wadih Mutran (PPB).
Quanto ao fato de os vereadores terem prestigiado ontem Pitta e participado de reuniões no Executivo, o vereador Miguel Colasuonno (PPB) afirmou que o assunto na prefeitura envolveu apenas a discussão sobre uma "agenda" para votação de projetos de interesse do Executivo.
"O prefeito pediu empenho para votarmos projetos que ele tem interesse", disse o presidente da Câmara, Armando Mellão (PMDB). Na sessão de ontem, ele não quis votar contra a CPI. Com o voto dele, os governistas teriam tido os 28 votos necessários para enterrar a CPI da máfia.


Texto Anterior: Vereadora exonera 9 suspeitos de ser fantasmas após denúncia
Próximo Texto: Trânsito: Multas caem 72,4% em SP com nova lei
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.