|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA
Três sequestrados foram espancados e queimados com cigarro para revelar a senha do cartão do banco em Resende
Presa no Rio quadrilha que torturava reféns
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Três homens mantidos em cativeiro por uma quadrilha de sequestradores que atuava em Resende (160 km do Rio) foram
queimados com cigarros e espancados com cassetete para revelar
as senhas dos cartões bancários.
Libertadas pela polícia na noite
de anteontem, as vítimas tiveram
de ser hospitalizadas -ontem receberam alta médica. Quatro acusados de integrar a quadrilha foram presos.
Célio Jesus de Oliveira, 40, funcionário de uma montadora de
automóveis, estava sequestrado
havia 21 dias. Ele teve a barriga
queimada com pontas de cigarro.
O meteorologista Paulo Franco,
54, da Aman (Academia Militar
das Agulhas Negras), estava sequestrado desde sexta-feira. Ele
tem as costas, os braços e as pernas cobertos de hematomas.
A terceira vítima foi o eletricitário Celso Pimenta, 50, sequestrado na tarde de anteontem. Embora tenha ficado pouco tempo em
poder da quadrilha, ele teve o braço esquerdo fraturado em razão
dos espancamentos.
De acordo com a 89ª DP (Delegacia de Polícia), em Resende, a
quadrilha usava a prostituta Rejiane Pinto de Aquino, 23, para
atrair as vítimas. Ela fazia ponto
nas ruas. Quando o motorista parava o carro, ela o convencia a ir
até sua casa, no bairro Paraíso.
Na casa, ainda segundo a polícia, dois sequestradores já esperavam os homens trazidos pela
prostituta: Adalberto Pereira
Campos, 32, e Pedro Renato Ferreira Pinto, 28, irmão dela.
Conforme relataram na delegacia, as vítimas eram algemadas,
amordaçadas e torturadas para
que revelassem as senhas dos cartões bancários. A quadrilha ligava
ainda para as famílias dos sequestrados, exigindo o depósito de dinheiro nas contas, a fim de que os
saques pudessem ser feitos.
A polícia localizou o cativeiro a
partir da prisão de Campos, no
fim da tarde de anteontem, perto
de uma agência bancária. Imagens do acusado tinham sido captadas por câmeras.
Um policial teria reconhecido
Campos, que trabalhava como vigilante em uma agência do Banerj
em Resende.
No cativeiro foram presos Ferreira Pinto, Aquino e Aline da Silva Ferreira, 27, que ajudava a tomar conta das vítimas.
Na casa, segundo a polícia, havia R$ 5.000, três pistolas, uma carabina e um cassetete. As vítimas
estavam presas em um quarto. Só
Oliveira não estava amarrado.
Elas contaram na delegacia ter
passado fome e sede.
Os acusados foram indiciados
sob a acusação de formação de
quadrilha e sequestro.
Texto Anterior: Depoimento: Um acidente sem nexo Próximo Texto: Panorâmica - Porto Alegre: Negros terão reserva de vaga em concurso Índice
|