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São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 2003

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VIOLÊNCIA

Três sequestrados foram espancados e queimados com cigarro para revelar a senha do cartão do banco em Resende

Presa no Rio quadrilha que torturava reféns

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Três homens mantidos em cativeiro por uma quadrilha de sequestradores que atuava em Resende (160 km do Rio) foram queimados com cigarros e espancados com cassetete para revelar as senhas dos cartões bancários.
Libertadas pela polícia na noite de anteontem, as vítimas tiveram de ser hospitalizadas -ontem receberam alta médica. Quatro acusados de integrar a quadrilha foram presos.
Célio Jesus de Oliveira, 40, funcionário de uma montadora de automóveis, estava sequestrado havia 21 dias. Ele teve a barriga queimada com pontas de cigarro.
O meteorologista Paulo Franco, 54, da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), estava sequestrado desde sexta-feira. Ele tem as costas, os braços e as pernas cobertos de hematomas.
A terceira vítima foi o eletricitário Celso Pimenta, 50, sequestrado na tarde de anteontem. Embora tenha ficado pouco tempo em poder da quadrilha, ele teve o braço esquerdo fraturado em razão dos espancamentos.
De acordo com a 89ª DP (Delegacia de Polícia), em Resende, a quadrilha usava a prostituta Rejiane Pinto de Aquino, 23, para atrair as vítimas. Ela fazia ponto nas ruas. Quando o motorista parava o carro, ela o convencia a ir até sua casa, no bairro Paraíso.
Na casa, ainda segundo a polícia, dois sequestradores já esperavam os homens trazidos pela prostituta: Adalberto Pereira Campos, 32, e Pedro Renato Ferreira Pinto, 28, irmão dela.
Conforme relataram na delegacia, as vítimas eram algemadas, amordaçadas e torturadas para que revelassem as senhas dos cartões bancários. A quadrilha ligava ainda para as famílias dos sequestrados, exigindo o depósito de dinheiro nas contas, a fim de que os saques pudessem ser feitos.
A polícia localizou o cativeiro a partir da prisão de Campos, no fim da tarde de anteontem, perto de uma agência bancária. Imagens do acusado tinham sido captadas por câmeras.
Um policial teria reconhecido Campos, que trabalhava como vigilante em uma agência do Banerj em Resende.
No cativeiro foram presos Ferreira Pinto, Aquino e Aline da Silva Ferreira, 27, que ajudava a tomar conta das vítimas.
Na casa, segundo a polícia, havia R$ 5.000, três pistolas, uma carabina e um cassetete. As vítimas estavam presas em um quarto. Só Oliveira não estava amarrado. Elas contaram na delegacia ter passado fome e sede.
Os acusados foram indiciados sob a acusação de formação de quadrilha e sequestro.


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