São Paulo, segunda-feira, 17 de setembro de 2007

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Acidente com brinquedo mata 2 crianças

Outras quatro crianças se feriram após serem arremessadas de um castelo inflável, onde brincavam, durante festa em Curitiba

Segundo a PM, vendaval levantou o brinquedo a uma altura de 15 metros do chão e o jogou a cerca de 30 metros de distância

THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA

Duas crianças morreram e outras quatro ficaram feridas após serem arremessadas de um castelo inflável no qual brincavam durante uma festa de confraternização na Associação Desportiva Classista Siemens, em Curitiba (PR), ontem à tarde.
Segundo a Polícia Militar, um vendaval levantou o brinquedo, conhecido como "Pula Pula Castelo", a uma altura de cerca de 15 m do chão e o jogou a 30 m de distância. O castelo, de cerca de quatro metros de altura, foi arremessado junto com o motor, que infla o brinquedo.
Amanda de Oliveira Vieira, 8, morreu na hora. Ela caiu de cima do brinquedo no ar. Luis Eduardo Weiber da Silva, 5, que também despencou do castelo inflável, ainda foi levado para o hospital, mas não resistiu.
As outras quatro crianças feridas foram levadas para os hospitais Cajuru e do Trabalhador, mas não correm risco de morrer. O acidente ocorreu por volta das 13h30.
O brinquedo foi alugado pelos funcionários da Siemens, que faziam uma festa de confraternização na associação, no bairro Cidade Industrial. Segundo a Polícia Militar, havia aproximadamente 200 pessoas no almoço.
No local, além de um salão de festas, há uma parte externa gramada com pista de caminhada e campo de futebol. O brinquedo havia sido montado nessa área.
Além do "Pula Pula Castelo", havia outros brinquedos instalados -um tobogã, uma piscina de bolinhas, uma cama elástica, um chamado "Guerra de Cotonetes" e um conhecido como "Pebolim Humano".
Havia ainda um muro de escalada, uma tirolesa e um touro mecânico. Todos faziam parte de um pacote contratado da empresa Casquinha Eventos, de Curitiba.
A PM diz que o touro também saiu do chão (com os dois motores) com a força do vento e se arrastou por cinco metros, batendo contra uma parede e um vitral e ferindo as pessoas no caminho.
Segundo o tenente Daniel Lorenzotto, do Corpo de Bombeiros, três pessoas -entre elas uma mulher de 67 anos- foram atendidas após serem atingidas pelo touro mecânico. "É provável que o número [de feridos] seja maior. Algumas pessoas foram ao hospital por conta própria", afirmou.

Mais feridos
Mais três adultos deram entrada com ferimentos nos hospitais da região, de acordo com a direção das unidades.
Lorenzotto, que esteve no local pouco após o acidente, diz que as pessoas estavam muito nervosas. "Havia muita gente desesperada, especialmente os familiares das crianças. Alguns queriam bater nos responsáveis da empresa de brinquedos, mas houve intervenção."
Monitores da Casquinha Eventos acompanhavam as crianças. Um dos donos também estava presente no local. A empresa diz que houve uma "catástrofe da natureza".
De acordo com a polícia e os bombeiros, os brinquedos não estavam amarrados nem tinham alças de apoio no chão.
Os órgãos, no entanto, também classificaram o evento como "fatalidade". Para Lorenzotto, existe uma lacuna na lei. "Não há nenhum tipo de norma que regulamente a instalação deles [dos brinquedos]. É um erro."


Colaboraram EDSON VALENTE , da Reportagem Local, e MARI TORTATO , da Agência Folha, em Curitiba


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