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Para entidades, governo cria polêmica para não discutir OSs
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Conselho
Nacional de Saúde, Francisco
Batista Júnior, acusa o governo
paulista de criar uma polêmica
artificial ao propor, por meio de
uma deputada do PSDB, que
hospitais públicos atendam a
pacientes particulares e com
planos de saúde, mediante uma
cobrança.
"Enquanto discutimos esse
absurdo, deixamos de falar das
OSs [está no mesmo projeto de
lei a permissão para que as organizações sociais atuem em
toda a rede estadual]. Para não
debater esse tema, o governo
criou uma polêmica maior. É o
famoso "boi de piranha'", diz.
Têm a mesma opinião Benedito de Oliveira, presidente do
Sindsaúde (sindicato dos funcionários estaduais de saúde), e
Gilson Carvalho, consultor do
Conasems (entidade dos secretários municipais da Saúde).
"E o governador leva a melhor. Na hipótese de vetar os
planos de saúde e os pacientes
particulares, ele sai como aquele que não permitiu que o hospital público cobrasse pelo
atendimento. Enquanto isso,
consegue que as OSs cheguem
aos hospitais já construídos",
afirma Carvalho.
Entidades de defesa do SUS
(Sistema Único de Saúde) participaram ontem de um ato na
Câmara Municipal de São Paulo. Criticaram, entre outros
pontos, as políticas paulistas.
O governo diz que não participou da elaboração da emenda
da deputada Maria Lúcia
Amary (PSDB) que incluiu os
planos de saúde no projeto de
lei original. E afirma que as
acusações são fruto de briga política. "O PT tem hospital com
OSs em Estados e prefeituras.
Por que não criticam?", pergunta o secretário da Saúde,
Luiz Roberto Barradas.
(RW)
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