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Crianças podem ser portadoras sadias
da Reportagem Local
As crianças que desenvolvem
bactérias resistentes se tornam
portadoras, muitas vezes sadias, e
transmitem essas bactérias a outras crianças.
A transmissão ocorre por meio
do contato com a saliva (inclusive
pelos espirros) da criança infectada. "Aquelas que ficam em creches ou berçários na maior parte
do dia são as mais suscetíveis,
porque estão em contato com um
ar que normalmente está contaminado por essas bactérias", afirma a pediatra Tania Sih. Essas
crianças podem desenvolver uma
infecção e precisar de antibióticos
fortes para superar a doença.
Segundo ela, a principal forma
de prevenção é o aleitamento materno prolongado (de seis meses a
um ano), quando a mãe passa anticorpos para o filho, aumentando a capacidade imunológica da
criança.
Mas há também outro tipo de
prevenção, essa voltada aos pediatras. "Boa parte dos médicos
não está fazendo bom uso dos antibióticos", diz Tania.
Segundo um documento publicado pela Academia Americana
de Pediatria, em 98, médicos admitiram que, se receitassem até
20% a 50% menos antibióticos,
não haveria impacto negativo sobre o cuidado de seus pacientes.
"Nos EUA, existe uma campanha grande nesse sentido. Temos
de divulgar isso aqui também."
Existem dois exames que permitem saber se a infecção é viral
ou bacteriana. Mas eles são caros,
o que impede sua utilização na
maioria dos consultórios do país.
Um deles é um teste rápido, realizado durante a própria consulta,
que mistura uma amostra da flora
das amígdalas com um antígeno
da bactéria. Se a substância aglutinar, a infecção é bacteriana. Um
kit para 50 testes custa R$ 600.
Outro, o exame de cultura, é feito em laboratório, e o resultado
demora cerca de dois dias. Mas
esse exame, também caro, não é
pedido habitualmente na primeira consulta de um paciente com
infecção nas vias respiratórias.
"Enquanto há essas dificuldades, o médico tem de observar
melhor os sintomas, esperar alguns dias. Se a infecção não melhorar, aí sim deve-se pensar em
prescrever um antibiótico", afirma o pediatra João Gilberto
Sprotte Mira.
(PL)
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