RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Após o conflito entre PMs e policiais civis, o 23º DP (Perdizes), na zona oeste de SP, fechou as portas. A Folha apurou que o fechamento foi um ato de apoio aos policiais civis que participavam da manifestação.
Às 20h30 e às 22h de ontem, o 23º DP (Perdizes) tinha algumas luzes acesas, mas nenhum funcionário disponível para atender à população.
Essa delegacia é a campeã de toda a cidade em roubos e furtos de veículos -foram 885 casos registrados na região no segundo trimestre do ano, uma média de dez por dia.
Na primeira visita ao 23º DP, o repórter bateu nas portas de vidro dianteira e lateral. Ninguém atendeu. Na segunda visita, as portas continuavam fechadas, com cartazes colados sobre a greve. Na entrada, um cartaz chamava a população para participar da manifestação de ontem à tarde.
Na visita ontem à noite ao 23º DP, funcionários de um posto da PM próximo disseram que a delegacia costuma ficar aberta e sugeriram que o repórter batesse à porta.
Procurada pela Folha, a Secretaria da Segurança Pública informou que o atendimento ao público à noite no 23º DP ocorre pela porta lateral. Informado de que também estava fechada, um funcionário da assessoria de imprensa da secretaria respondeu: "Então você publica isso aí, e a gente vê o que faz amanhã [hoje]".
Outras seis delegacias das regiões central, norte e oeste foram visitadas ontem à noite. Todas estavam abertas.
Por volta das 20h, a Delegacia Geral da Polícia Civil determinou que todos os policiais que terminavam seu expediente naquele horário deveriam permanecer em seus postos. A alegação foi a de que existia o temor de que quem deveria assumir os postos não voltaria para trabalhar. Após as 21h, a situação se normalizou.


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