São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2008

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Polícia devolveu refém para criminoso

Por orientação da Polícia Militar, Nayara retornou ao apartamento onde Eloá era mantida refém pelo ex-namorado

Coronel que comandava a operação disse ter recebido autorização da mãe da garota para tentar libertar ex-namorada de criminoso


DA REPORTAGEM LOCAL

A adolescente Nayara Rodrigues da Silva, 15, que também foi solta nesta madrugada, chegou a voltar a cativeiro orientação da Polícia Militar, ao apartamento no qual Eloá era mantida refém pelo ex-namorado.
A ida de Nayara ao local onde já havia ficado em cárcere privado por 33 horas ocorreu porque a polícia aceitou uma exigência do criminoso, que havia se comprometido a soltar as duas em seguida. Mas isso não aconteceu de imediato.
O coronel Eduardo Félix, do Batalhão de Choque da PM e um dos que chefiavam as negociações, disse ter autorizado a ida da menina por acreditar que, assim, Lindemberg Fernandes Alves se entregaria sem ferir a ex-namorada.
Procurada, a Secretaria da Segurança Pública disse que caberia à PM falar sobre a decisão. O coronel afirmou ter recebido autorização da mãe de Nayara, Andréa, para usá-la na negociação. A Folha não conseguiu falar com ela.
O pai da menina, Luciano Vieira, não foi consultado, segundo familiares. "Meu irmão não sabia. A gente levou um susto quando viu ela entrando no apartamento pela TV e meu irmão foi correndo para lá", disse Fabiana Vieira de Souza, 33, tia de Nayara. Os pais da adolescente são separados.
Ontem, por volta das 9h, Nayara e um irmão de Alves subiram, sozinhos, até o terceiro andar do conjunto habitacional 24, em Santo André. Segundo o coronel Félix, o combinado era que ela falasse com Alves apenas da porta do apartamento. Nayara, porém, decidiu entrar, segundo o policial.
Félix afirmou que poderia ter invadido no apartamento "a qualquer momento" depois da entrada de Nayara, mas preferiu não fazer porque Alves disse que iria se entregar.
De acordo com a polícia, o rapaz estava com duas pistolas e muita munição. Dede que invadiu o apartamento na segunda, ele já havia efetuado quatro disparos.

São Paulo
Cerca de quatro horas depois de a garota ter voltado ao apartamento, Alves estendeu na janela do banheiro uma camisa do São Paulo Futebol Clube.
O superintendente de futebol são-paulino, Marco Aurélio Cunha, vereador eleito pelo DEM, foi ao local, segundo ele, a pedido do presidente do clube, Juvenal Juvêncio.


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