São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2008

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Para Swat, polícia pôs a vida de jovem em risco

MÁRCIO PINHO
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A conduta adotada pela polícia de São Paulo, ao permitir a volta de Nayara Rodrigues da Silva,15, ao apartamento onde Lindemberg Fernandes Alves manteve Eloá Cristina Pimentel como refém, foi considerada um erro por especialistas de organizações de segurança brasileiros e internacionais.
"Não devolvemos pessoas, uma vez que conseguimos tirá-las [do cárcere]. A coisa mais importante é proteger a vida delas" afirmou ontem Rick Hughes, negociador da Swat -a elite da polícia americana que lida com casos de reféns.
Para Hughes, é incorreto trazer um refém liberado de volta ao local do crime.
Hugo Tizaka, diretor-executivo de uma empresa de consultoria internacional de segurança, a NSA Brasil, considerou "a estratégia adotada arriscada e incomum". Porém, Tizaka diz que o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) é muito profissional e que o capitão que negociou o caso é experiente. "É difícil julgar a decisão sem saber o que sentiram nas conversas com o bandido."
"Nunca vi uma coisa dessas", disse o coronel reformado José Vicente da Silva Filho, que foi Secretário Nacional de Segurança Pública no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Para ele, o policial que esteve à frente das negociações "se mostrou despreparado para o comando da operação."
Silva Filho diz que não dá para chamar de amadorismo o comportamento do capitão, porque o Gate tem, na opinião do comandante, o pessoal mais preparado do Brasil para negociar com seqüestradores. O comandante acredita que "o policial não soube resistir à pressão" que existe num seqüestro que se prolongou por dias.

Mídia
A cobertura feita pela mídia pode entrar como um complicador nesse caso, de acordo com Henri Petry, ex-membro da polícia antiterrorista francesa e da segurança presidencial.
Segundo ele, a imprensa na área de um seqüestro na França não é permitida.
"Não queremos as luzes das câmeras à noite ou que o terrorista consiga informações pela TV e pelo rádio. O comandante é o único "link" da operação com a imprensa", afirma.


Colaboraram LUIS KAWAGUTI e KLEBER TOMAZ , da Reportagem Local


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