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Para Swat, polícia pôs a vida de jovem em risco
MÁRCIO PINHO
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A conduta adotada pela polícia de São Paulo, ao permitir a
volta de Nayara Rodrigues da
Silva,15, ao apartamento onde
Lindemberg Fernandes Alves
manteve Eloá Cristina Pimentel como refém, foi considerada
um erro por especialistas de organizações de segurança brasileiros e internacionais.
"Não devolvemos pessoas,
uma vez que conseguimos tirá-las [do cárcere]. A coisa mais
importante é proteger a vida
delas" afirmou ontem Rick Hughes, negociador da Swat -a
elite da polícia americana que
lida com casos de reféns.
Para Hughes, é incorreto trazer um refém liberado de volta
ao local do crime.
Hugo Tizaka, diretor-executivo de uma empresa de consultoria internacional de segurança, a NSA Brasil, considerou "a
estratégia adotada arriscada e
incomum". Porém, Tizaka diz
que o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) é muito profissional e que o capitão que negociou o caso é experiente. "É difícil julgar a decisão sem saber o
que sentiram nas conversas
com o bandido."
"Nunca vi uma coisa dessas",
disse o coronel reformado José
Vicente da Silva Filho, que foi
Secretário Nacional de Segurança Pública no governo de
Fernando Henrique Cardoso
(PSDB). Para ele, o policial que
esteve à frente das negociações
"se mostrou despreparado para
o comando da operação."
Silva Filho diz que não dá para chamar de amadorismo o
comportamento do capitão,
porque o Gate tem, na opinião
do comandante, o pessoal mais
preparado do Brasil para negociar com seqüestradores. O comandante acredita que "o policial não soube resistir à pressão" que existe num seqüestro
que se prolongou por dias.
Mídia
A cobertura feita pela mídia
pode entrar como um complicador nesse caso, de acordo
com Henri Petry, ex-membro
da polícia antiterrorista francesa e da segurança presidencial.
Segundo ele, a imprensa na
área de um seqüestro na França não é permitida.
"Não queremos as luzes das
câmeras à noite ou que o terrorista consiga informações pela
TV e pelo rádio. O comandante
é o único "link" da operação com
a imprensa", afirma.
Colaboraram LUIS KAWAGUTI e KLEBER TOMAZ , da Reportagem Local
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