|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Diretor de prisão do Rio de Janeiro é morto com 30 tiros
José Roberto do Amaral Lourenço, diretor do presídio de segurança máxima de Bangu 3, foi morto dentro de seu carro
Delegado diz que suspeitas
recaem sobre dois grupos de
presos; é o 6ª caso de diretor
de prisão morto a tiros no
Rio nos últimos nove anos
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE,
NO RIO
O diretor do presídio de segurança máxima de Bangu 3 (zona oeste), no Rio de Janeiro, foi
assassinado ontem com pelo
menos 30 tiros quando passava
de carro na av. Brasil (zona norte). É o sexto caso, nos últimos
nove anos, de diretores de prisões no Rio mortos a tiros.
Há quatro anos à frente de
Bangu 3, presídio destinado a
traficantes e acusados de homicídios, o tenente-coronel José
Roberto do Amaral Lourenço,
41, foi baleado dentro de seu
carro. Ao contrário do que diz
uma norma do governo do Rio,
ele estava sem escolta policial e
sem os vidros do carro blindados. Uma perícia encontrou
cerca de 30 tiros no corpo e 60
marcas de balas no carro.
O crime aconteceu pela manhã, quando Lourenço seguia
para o presídio em seu carro,
um Palio com placa oficial. Na
altura de Deodoro (zona norte),
segundo a polícia, ele foi fechado por um Peugeot, de onde homens dispararam contra ele
-há suspeita de mais um carro.
Baleado, Lourenço ainda
tentou fugir e entrou na estrada
de Gericinó, mas foi perseguido
pelos criminosos, que voltaram
a atirar contra ele. Nenhum
pertence foi levado. Até o início
da noite de ontem, a polícia ainda não havia apontado nenhum
suspeito pelo crime. Porém, o
delegado Felipe Curi afirmou
que há suspeitas sobre dois grupos -entre eles, traficantes do
Comando Vermelho.
Segundo a Folha apurou, o
assassinato pode ter sido uma
retaliação às regras aplicadas
por Lourenço. Quando assumiu a direção do presídio, dividiu a prisão em duas áreas:
Bangu A e Bangu B, cada uma
com capacidade para 448. A intenção, segundo a Secretaria de
Administração Penitenciária,
era isolar dois grupos rivais
-entre eles o ligado ao CV.
No Rio, o ministro Tarso
Genro (Justiça) disse não ter
dúvidas de que os criminosos
pertencem a uma organização.
O corpo será enterrado hoje, no
cemitério Jardim da Saudade,
em Sulacap (zona oeste).
Colaboraram CIRILO JUNIOR , da Folha Online
no Rio, e RAPHAEL GOMIDE , da Sucursal do Rio
Texto Anterior: Oficial que deu aval à ação assumiu Choque há um mês Próximo Texto: Juiz pune jovens por xingarem colega de bode Índice
|