São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2008

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Diretor de prisão do Rio de Janeiro é morto com 30 tiros

José Roberto do Amaral Lourenço, diretor do presídio de segurança máxima de Bangu 3, foi morto dentro de seu carro

Delegado diz que suspeitas recaem sobre dois grupos de presos; é o 6ª caso de diretor de prisão morto a tiros no Rio nos últimos nove anos

LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE, NO RIO

O diretor do presídio de segurança máxima de Bangu 3 (zona oeste), no Rio de Janeiro, foi assassinado ontem com pelo menos 30 tiros quando passava de carro na av. Brasil (zona norte). É o sexto caso, nos últimos nove anos, de diretores de prisões no Rio mortos a tiros.
Há quatro anos à frente de Bangu 3, presídio destinado a traficantes e acusados de homicídios, o tenente-coronel José Roberto do Amaral Lourenço, 41, foi baleado dentro de seu carro. Ao contrário do que diz uma norma do governo do Rio, ele estava sem escolta policial e sem os vidros do carro blindados. Uma perícia encontrou cerca de 30 tiros no corpo e 60 marcas de balas no carro.
O crime aconteceu pela manhã, quando Lourenço seguia para o presídio em seu carro, um Palio com placa oficial. Na altura de Deodoro (zona norte), segundo a polícia, ele foi fechado por um Peugeot, de onde homens dispararam contra ele -há suspeita de mais um carro.
Baleado, Lourenço ainda tentou fugir e entrou na estrada de Gericinó, mas foi perseguido pelos criminosos, que voltaram a atirar contra ele. Nenhum pertence foi levado. Até o início da noite de ontem, a polícia ainda não havia apontado nenhum suspeito pelo crime. Porém, o delegado Felipe Curi afirmou que há suspeitas sobre dois grupos -entre eles, traficantes do Comando Vermelho.
Segundo a Folha apurou, o assassinato pode ter sido uma retaliação às regras aplicadas por Lourenço. Quando assumiu a direção do presídio, dividiu a prisão em duas áreas: Bangu A e Bangu B, cada uma com capacidade para 448. A intenção, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, era isolar dois grupos rivais -entre eles o ligado ao CV.
No Rio, o ministro Tarso Genro (Justiça) disse não ter dúvidas de que os criminosos pertencem a uma organização.
O corpo será enterrado hoje, no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap (zona oeste).


Colaboraram CIRILO JUNIOR , da Folha Online no Rio, e RAPHAEL GOMIDE , da Sucursal do Rio


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