São Paulo, domingo, 17 de novembro de 2002

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AMBIENTE

Empresa ainda estuda que destinação dará para a terra contaminada existente em seu terreno e no aterro municipal

Carbocloro diz buscar "solução rápida"

DA REPORTAGEM LOCAL

"Para quem já investiu R$ 20 milhões na construção de uma subestação elétrica e está perdendo dinheiro porque ela está atrasada, cerca de R$ 1 milhão não é nada. Queremos é resolver esse problema o mais rapidamente possível para ficarmos quites em relação a questões ambientais."
É essa a forma encontrada pelo gerente de suporte industrial da Carbocloro, Ademar Salgosa Jr., para afirmar que a indústria não está se preocupando, pelo menos agora, em descobrir quem foi o responsável pela contaminação no seu terreno -a "conta final" pode, por lei, ser repassada a quem depositou os poluentes.
O "mais rapidamente possível", para ele, é o fim deste ano, quando a subestação já deveria estar começando a funcionar e chegarão máquinas importadas, que a Carbocloro não tem onde guardar.
A empresa ainda estuda qual será a destinação para a terra comprometida em sua área e no aterro da prefeitura de Cubatão. As opções são incineração ou envio a um aterro industrial. A escolha tem de ser aprovada previamente pela Cetesb. Segundo a assessoria de imprensa da agência, a contaminação no terreno da Carbocloro tem caráter pontual.
"Foram identificados dois "hot spots" [áreas de maior concentração de poluentes", mas, com a terraplenagem, eles se misturaram", afirma Salgosa Jr.. A terra foi doada à prefeitura, segundo ele, por exigência do Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais, já que a construção da subestação pressupunha desmatamento. Estava prevista, inicialmente, a retirada de 3 milhões de litros de solo.

Rhodia
É na análise das características da contaminação que a Rhodia apóia sua defesa de que não tem nada a ver com o problema. "O "lixo" da Rhodia era composto por grandes blocos de hexaclorobenzeno [HCB" sólido; era um resíduo mais concentrado. Não é o caso agora", sustenta o porta-voz da multinacional francesa, Eduardo Octaviano.
Ele afirma ainda que o HCB não é um subproduto exclusivo dos processos produtivos da Rhodia e nega que haja ainda lixões não-identificados da empresa na Baixada. "Fizemos fotogrametria [cartografia por fotos" por satélite das áreas em que poderia haver focos, tendo como base os percursos dos caminhões, e nada foi encontrado", completa Octaviano.
A Rhodia diz considerar o caso da Carbocloro encerrado. A empresa francesa recebeu, porém, uma cópia do primeiro relatório dos problemas da área, em análise na Cetesb. "Eles são vizinhos e deveriam ficar informados", justificou Salgosa Jr.. Octaviano, confirma, por sua vez, que representantes da Rhodia estiveram no local "a convite dos vizinhos". (MV)


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