São Paulo, quarta-feira, 17 de novembro de 2004

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Para especialistas, punição é absurda

DA AGÊNCIA FOLHA

Especialistas em educação infantil e direitos das crianças e dos adolescentes condenaram veementemente o castigo imputado ao garoto de sete anos na escola municipal de educação fundamental Saline Abdo, em Nova Odessa.
Para Vera Anselmi Melis Paulillo, consultora educacional e representante nacional da Brazil World Forum Foundation, "é inaceitável a atitude de castigar partir de uma professora".
"A escola é um lugar de resgate de valores. Deveria ser o lugar de equilíbrio da sociedade. Quando a relação entre professor e aluno transcende as regras, aparece um vazio na sociedade. Uma professora que coloca um aluno atrás de uma porta mostra a decadência da concepção de ser humano que temos atualmente", disse.
Para ela, o uso de um castigo para ensinar no ambiente escolar é algo que foge daquilo que já foi determinado como prática correta e eficiente de pedagogia.
A psicóloga infantil Ana Maria Massa, do Cria (Centro de Referência da Infância e Adolescência) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), disse que "aplicar castigos em crianças no ambiente escolar é um comportamento medieval".
"É preciso ter claro que as crianças têm capacidade de entender e aprender o que é certo e errado sem a necessidade de castigos físicos ou psicológicos", afirmou.
Mas, para ela, é grave o comportamento da escola que não tem controle sobre as práticas e atos ocorridos dentro da instituição. "Uma escola que não tem controle sobre quais alunos ainda estão dentro ou estão fora do prédio, e permite que as portas sejam fechadas com uma criança lá dentro, é negligente", afirmou. (TGO)


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