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AGENDA DA TRANSIÇÃO
A partir de dezembro, reparos deixam de ser terceirizados; tribunal barrou licitação para serviço
Marta improvisa manutenção de 19 CEUs
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A manutenção dos Centros
Educacionais Unificados (CEUs)
será feita de forma improvisada
no último mês de gestão da prefeita Marta Suplicy (PT). O contrato com as duas empresas responsáveis por reparos nos prédios e equipamentos de 19 das 21
unidades termina no fim deste
mês e não será prorrogado. Como
a licitação para os serviços está
suspensa, a própria Secretaria de
Educação vai assumir o trabalho
temporariamente.
O valor do atual contrato de manutenção das 19 unidades -feito
por meio de ata de registro de preços- é de cerca de R$ 440 mil
mensais. Com a interrupção da
prestação dos serviços terceirizados, a prefeitura, que vive situação financeira apertada, poderá
economizar parte desse dinheiro.
A realização de contratos de
emergência foi descartada pela
administração paulistana.
Uma das principais bandeiras
de Marta, os CEUs tiveram a manutenção predial terceirizada neste ano. Como as unidades foram
construídas aos poucos, durante a
gestão, não havia, segundo a prefeitura, a necessidade de contratar
empresas para o serviço.
Mas, com as 21 unidades prontas, o Conae Oficina, setor da
Coordenadoria dos Núcleos de
Ação Educativa que fazia o trabalho, passou a não dar conta da demanda. Foi necessária, então, a
terceirização em 19 unidades, em
setembro. Apenas em duas delas
-CEUs Aricanduva e Jambeiro- a manutenção continuou
nas mãos do Conae Oficina.
A Secretaria de Educação, então, abriu licitação para um novo
contrato, que passaria a valer logo
após o fim dos atuais. Mas a concorrência foi interrompida em
outubro, a pedido do Tribunal de
Contas do Município (TCM).
O conselheiro do TCM Maurício Faria, autor do pedido, afirmou que a suspensão temporária
da licitação foi necessária porque
o edital apresenta indícios de
"restrição de competição".
Faria disse à Folha que algumas
exigências feitas no edital chamaram sua atenção. O ponto mais
polêmico, segundo ele, é o seguinte: para concorrer aos contratos,
cada empresa teria de comprovar
que já prestou serviços de manutenção em pelo menos "seis equipamentos urbanos simultaneamente" com 5.000 m2 de área
construída e 10 mil m 2 de terreno.
"Isso me parece restritivo", afirmou o conselheiro do tribunal.
A prefeitura ainda não se manifestou oficialmente sobre a interrupção da concorrência. Segundo
Faria, se a administração apresentar respostas convincentes, a suspensão ainda pode ser cancelada.
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