São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 2005

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Brasil é notícia recorrente, nem sempre positiva

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil e os brasileiros são notícia recorrente na imprensa de Danbury, mas nem sempre em títulos ou reportagens positivos. Antes da "revolta" atual, a última aparição tinha sido uma frase desastrada, registrada pela correspondente da Folha em Nova York, Leila Suwwan, do então embaixador do país naquela região, que se despedia do cargo.
Ao comentar a política antiimigração do prefeito de Danbury, o diplomata Júlio César Gomes dos Santos conclamou líderes da comunidade brasileira a se mobilizarem e "não se misturarem com os "cucarachos'". "A maioria dos nossos é ilegal -não para nós, ilegais para eles [americanos]. Se houver retaliação, é pior para nós. Deixa os "cucarachos" lá. Não deixem que essa mistura aconteça", disse no final do mês passado.
Ele se referia a protestos contra a repressão de imigrantes ilegais em Danbury. Depois, Santos se desculparia pela "infelicidade" do uso da palavra pejorativa, que quer dizer "barata" (o inseto), em espanhol, mas diria também que sua intenção era "construtiva".
De fato, para o americano médio, não há diferença entre brasileiros, mexicanos e equatorianos, a comunidade de imigrantes na cidade. O que atrai os imigrantes daqui, a maioria de pequenas cidades mineiras, é o valor da hora paga para os "ilegais" na região, 50% mais alta que na Flórida.
Pela condição de vida e por representarem alta porcentagem da população, os brasileiros de Danbury não estão livres de outra estatística: a criminal. Em junho, o brasileiro Philippe Patricio, 20, foi preso sob acusação de, alcoolizado, furtar um avião de madrugada e sobrevoar Connecticut por quase três horas. Estava com dois amigos, nenhum brasileiro.
Mas o caso mais grave foi de outro brasileiro, Saul dos Reis Junior, que hoje cumpre pena de 25 anos. O ex-garçom foi condenado por, aos 25 anos, em 2002, ter seduzido via internet e matado por asfixiamento a jovem americana Christina Long, de 13 anos, quando faziam sexo no carro dele no estacionamento de um shopping.
Depois, descobriu-se que Saul teria tentado seduzir sexualmente outra garota em 1998. A defesa negou participação nos casos. (SD)


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