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Brasil é notícia recorrente, nem sempre positiva
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil e os brasileiros são notícia recorrente na imprensa de
Danbury, mas nem sempre em títulos ou reportagens positivos.
Antes da "revolta" atual, a última
aparição tinha sido uma frase desastrada, registrada pela correspondente da Folha em Nova
York, Leila Suwwan, do então embaixador do país naquela região,
que se despedia do cargo.
Ao comentar a política antiimigração do prefeito de Danbury, o
diplomata Júlio César Gomes dos
Santos conclamou líderes da comunidade brasileira a se mobilizarem e "não se misturarem com
os "cucarachos'". "A maioria dos
nossos é ilegal -não para nós,
ilegais para eles [americanos]. Se
houver retaliação, é pior para nós.
Deixa os "cucarachos" lá. Não deixem que essa mistura aconteça",
disse no final do mês passado.
Ele se referia a protestos contra
a repressão de imigrantes ilegais
em Danbury. Depois, Santos se
desculparia pela "infelicidade" do
uso da palavra pejorativa, que
quer dizer "barata" (o inseto), em
espanhol, mas diria também que
sua intenção era "construtiva".
De fato, para o americano médio, não há diferença entre brasileiros, mexicanos e equatorianos,
a comunidade de imigrantes na
cidade. O que atrai os imigrantes
daqui, a maioria de pequenas cidades mineiras, é o valor da hora
paga para os "ilegais" na região,
50% mais alta que na Flórida.
Pela condição de vida e por representarem alta porcentagem da
população, os brasileiros de Danbury não estão livres de outra estatística: a criminal. Em junho, o
brasileiro Philippe Patricio, 20, foi
preso sob acusação de, alcoolizado, furtar um avião de madrugada e sobrevoar Connecticut por
quase três horas. Estava com dois
amigos, nenhum brasileiro.
Mas o caso mais grave foi de outro brasileiro, Saul dos Reis Junior, que hoje cumpre pena de 25
anos. O ex-garçom foi condenado
por, aos 25 anos, em 2002, ter seduzido via internet e matado por
asfixiamento a jovem americana
Christina Long, de 13 anos, quando faziam sexo no carro dele no
estacionamento de um shopping.
Depois, descobriu-se que Saul
teria tentado seduzir sexualmente
outra garota em 1998. A defesa negou participação nos casos.
(SD)
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