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VIOLÊNCIA
Bandidos simulam ser de telefônica para convencer morador a digitar senha que permite que a quadrilha faça ligações pela linha
Crime cria nova tática de golpe por telefone
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de ameaças para conseguir créditos de celular pré-pago e
do chamado "seqüestro virtual",
criminosos, incluindo integrantes
de facções de presídios do Rio,
mudaram para uma tática mais
sutil para tentar enganar e até extorquir dinheiro, por telefone, de
moradores de São Paulo.
Segundo aponta investigação
feita pela polícia paulista nos últimos seis meses, na nova estratégia
os criminosos simulam ser funcionários da Telefônica.
Geralmente em uma ligação a
cobrar, o falso funcionário diz que
se trata de um defeito na linha para tentar convencer quem atende
o telefone a digitar um código.
A série de números desencadeia
a transferência de chamada -conhecida como "siga-me"- para
o celular do criminoso. Com isso,
ele pode usar a linha na estrutura
de comunicação de sua organização criminosa -a conta das ligações vai para a vítima- ou até para dar veracidade a um falso seqüestro, por exemplo.
Segundo Ronaldo Tossunian,
delegado-assistente do Deic, já foi
confirmado caso em que o criminoso conseguiu desviar o telefone
da casa da vítima para o seu celular. Depois, ligou para o trabalho
da vítima anunciando o seqüestro
de um parente. A pessoa ligou para casa para confirmar a ameaça e
quem atendeu foi o criminoso
-só que ele estava no celular.
"É desdobramento dos golpes
aplicados desde 2001. Como as
ameaças não funcionam mais,
eles inventaram uma nova tática",
disse o delegado. Em 2001, quando os golpes de telefone surgiram,
a polícia descobriu que os telefonemas eram feitos por presos de
prisões cariocas, entre eles membros do Comando Vermelho.
Nos primeiros golpes, os criminosos exigiam crédito para seus
celulares pré-pagos -para manter sua estrutura de comunicação,
as quadrilhas usam várias linhas.
Depois, surgiu o "seqüestro virtual" -o criminoso diz que um
familiar foi seqüestrado e não permite que a vítima desligue o telefone para que a farsa não seja descoberta. Um depósito bancário,
na conta de um laranja, tem de ser
feito às pressas pelo familiar.
"As pessoas, principalmente
empregados e adolescentes, precisam ser alertadas de que isso é
um golpe", disse o delegado. O
Deic recebeu dados de que, desde
2001, ocorreram pelo menos 500
casos, envolvendo todas as táticas
de abordagem por telefone.
A Telefônica informou que não
realiza telefonemas a cobrar para
os clientes nem pede que digitem
seqüências de números.
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