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Em pleno feriadão, centro tem trânsito congestionado
Pólos de comércio popular como 25 de Março e Bom Retiro atraíram consumidores
Do 1,3 milhão de veículos estimados para deixar a capital, apenas cerca de 750 mil tinham saído da cidade até o fim da tarde de ontem
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A corrida de consumidores
aos pólos de comércio popular
de São Paulo -rua 25 de Março
e regiões do Brás e do Bom Retiro, no centro- causou congestionamentos localizados em
plena "emenda" de feriado.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) atribui o fenômeno ao tempo ruim, que fez
com que parte dos paulistanos
que viajaria optasse por permanecer na capital, e ao grande
número de ônibus de excursão
que trouxeram sacoleiros para
compras em São Paulo.
O cálculo inicial era que 1,3
milhão de veículos, da frota de
6 milhões, deixariam a capital
no feriadão -terça é feriado na
cidade, Dia da Consciência Negra-, mas apenas cerca de 750
mil tinham saído até o fim da
tarde de ontem.
A concessionária Ecovias,
que administra as rodovias do
sistema Anchieta-Imigrantes,
estimou que 570 mil veículos
desceriam a serra em direção
ao litoral sul e à Baixada Santista, mas, até as 21h de ontem, esse número era de 197 mil, menos que os 220 mil de Finados
-e 96 mil já tinham voltado.
"Hoje [ontem] foi um dia atípico. Foi uma emenda de feriado em que os bancos e muitas
empresas trabalharam. Os índices de lentidão ficaram muito
abaixo das sextas-feiras normais, concentrados basicamente nos acessos à rua 25 de
Março, Brás e Bom Retiro", disse Sebastião Muniz, gerente de
operações da CET.
Cerca de 700 mil pessoas
passaram ontem pelas lojas da
região, segundo estimativa da
Univinco (União dos Lojistas
da 25 de Março e Adjacências).
O número previsto era de 1 milhão. Para a associação, os dois
feriados seguidos diluíram os
compradores ao longo dos seis
dias. A Univinco diz que o volume de vendas neste feriado terá
um aumento de 7% a 10% em
relação ao ano anterior.
Já a Associação dos Lojistas
do Brás calculou em 600 mil os
visitantes que passaram pela
região ontem, com um aumento de 6% a 7% nas vendas. O
movimento superou a expectativa inicial, de 450 mil pessoas.
O corredor norte-sul chegou
a registrar 7 km de lentidão.
Muniz acredita que na segunda-feira o trânsito tenha comportamento semelhante ao de
ontem, com as lentidões concentradas nos acessos às regiões de comércio popular e pico no fim da tarde, com o início
do retorno do feriado.
Turismo de compras
Além dos paulistanos, o centro comercial de São Paulo atrai
visitantes de fora da cidade que
fazem turismo de compras.
Carlos Albuquerque, 43, de Recife (PE), viaja a São Paulo duas
vezes por ano. "Toda vez venho
para a 25 de Março. Apesar desta lotação terrível, aqui é mais
barato", diz Albuquerque.
O mesmo pensa o funcionário público Alexandre Felix
Serrano, 31, que veio de Atibaia
(60 km de SP) acompanhado da
mãe para comprar os enfeites
de Natal. "Não se encontra no
interior as mesmas coisas que
aqui", conta Serrano, enquanto
comia um lanche de mortadela
no Mercado Municipal. Às 16h,
a fila para conseguir um lanche
levava 50 minutos.
Carlos Augusto, 22, sócio de
uma banca de jornal na esquina
da rua 25 de Março com a Basílio Jafet, comenta que é comum
ouvir pessoas de outras cidades
dizendo que esperavam um comércio vazio por causa do feriado. "Neste ano até que demorou para começar este movimento. No ano passado, a rua já
estava desse jeito no final de
outubro." Dono de uma loja de
bijuterias e acessórios, Josué
Kin, 24, diz que, nesta época, o
pessoal já começa a se preparar
para as festas de final de ano. "É
comum sair bolsas e cintos
brancos para o Réveillon. Sabe,
o brasileiro é muito vaidoso",
afirma Kin. Segundo ele, nesta
época, a maior parte dos clientes são famílias.
(EVANDRO SPINELLI E DANIEL RONCAGLIA)
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