São Paulo, sábado, 17 de novembro de 2007

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Em pleno feriadão, centro tem trânsito congestionado

Pólos de comércio popular como 25 de Março e Bom Retiro atraíram consumidores

Do 1,3 milhão de veículos estimados para deixar a capital, apenas cerca de 750 mil tinham saído da cidade até o fim da tarde de ontem

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A corrida de consumidores aos pólos de comércio popular de São Paulo -rua 25 de Março e regiões do Brás e do Bom Retiro, no centro- causou congestionamentos localizados em plena "emenda" de feriado.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) atribui o fenômeno ao tempo ruim, que fez com que parte dos paulistanos que viajaria optasse por permanecer na capital, e ao grande número de ônibus de excursão que trouxeram sacoleiros para compras em São Paulo.
O cálculo inicial era que 1,3 milhão de veículos, da frota de 6 milhões, deixariam a capital no feriadão -terça é feriado na cidade, Dia da Consciência Negra-, mas apenas cerca de 750 mil tinham saído até o fim da tarde de ontem.
A concessionária Ecovias, que administra as rodovias do sistema Anchieta-Imigrantes, estimou que 570 mil veículos desceriam a serra em direção ao litoral sul e à Baixada Santista, mas, até as 21h de ontem, esse número era de 197 mil, menos que os 220 mil de Finados -e 96 mil já tinham voltado.
"Hoje [ontem] foi um dia atípico. Foi uma emenda de feriado em que os bancos e muitas empresas trabalharam. Os índices de lentidão ficaram muito abaixo das sextas-feiras normais, concentrados basicamente nos acessos à rua 25 de Março, Brás e Bom Retiro", disse Sebastião Muniz, gerente de operações da CET.
Cerca de 700 mil pessoas passaram ontem pelas lojas da região, segundo estimativa da Univinco (União dos Lojistas da 25 de Março e Adjacências). O número previsto era de 1 milhão. Para a associação, os dois feriados seguidos diluíram os compradores ao longo dos seis dias. A Univinco diz que o volume de vendas neste feriado terá um aumento de 7% a 10% em relação ao ano anterior.
Já a Associação dos Lojistas do Brás calculou em 600 mil os visitantes que passaram pela região ontem, com um aumento de 6% a 7% nas vendas. O movimento superou a expectativa inicial, de 450 mil pessoas.
O corredor norte-sul chegou a registrar 7 km de lentidão. Muniz acredita que na segunda-feira o trânsito tenha comportamento semelhante ao de ontem, com as lentidões concentradas nos acessos às regiões de comércio popular e pico no fim da tarde, com o início do retorno do feriado.

Turismo de compras
Além dos paulistanos, o centro comercial de São Paulo atrai visitantes de fora da cidade que fazem turismo de compras. Carlos Albuquerque, 43, de Recife (PE), viaja a São Paulo duas vezes por ano. "Toda vez venho para a 25 de Março. Apesar desta lotação terrível, aqui é mais barato", diz Albuquerque.
O mesmo pensa o funcionário público Alexandre Felix Serrano, 31, que veio de Atibaia (60 km de SP) acompanhado da mãe para comprar os enfeites de Natal. "Não se encontra no interior as mesmas coisas que aqui", conta Serrano, enquanto comia um lanche de mortadela no Mercado Municipal. Às 16h, a fila para conseguir um lanche levava 50 minutos.
Carlos Augusto, 22, sócio de uma banca de jornal na esquina da rua 25 de Março com a Basílio Jafet, comenta que é comum ouvir pessoas de outras cidades dizendo que esperavam um comércio vazio por causa do feriado. "Neste ano até que demorou para começar este movimento. No ano passado, a rua já estava desse jeito no final de outubro." Dono de uma loja de bijuterias e acessórios, Josué Kin, 24, diz que, nesta época, o pessoal já começa a se preparar para as festas de final de ano. "É comum sair bolsas e cintos brancos para o Réveillon. Sabe, o brasileiro é muito vaidoso", afirma Kin. Segundo ele, nesta época, a maior parte dos clientes são famílias. (EVANDRO SPINELLI E DANIEL RONCAGLIA)

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