São Paulo, sábado, 17 de novembro de 2007

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Márcia da Silva, a catequizadora de Mutuípe

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Durante duas semanas, a professora Márcia Rauedes Cardoso da Silva percorreu as principais ruas de Mutuípe (BA) para convencer os moradores a participar de uma das maiores festas religiosas da Bahia, em Bom Jesus da Lapa. Alegre e comunicativa, conseguiu a adesão de 120 pessoas.
Antes de deixar a cidade, organizou o comboio -os três ônibus viajariam juntos para evitar assaltos- que seguiria para a festa. Foi a última a entrar em um dos ônibus, ao lado do marido, Luís Carlos da Silva (PT), prefeito de Mutuípe.
Na primeira hora de viagem, entoou cânticos religiosos. Em cada parada, demonstrava seu apego à religião, à família e à profissão. Para interagir com os moradores, o prefeito trocava de ônibus em cada parada.
Quando estava perto de Maracás (BA), o eixo traseiro do veículo em que viajava a primeira-dama se soltou, e o ônibus caiu em uma ribanceira. No total, 35 pessoas ficaram feridas -seis em estado grave- e duas morreram.
Os ocupantes dos outros dois ônibus tentaram socorrer as vítimas, entre as quais a primeira-dama. A maioria dos feridos foi levada para um hospital de Jequié. Márcia da Silva morreu anteontem, aos 43 anos. Deixou três filhos, e o seu enterro, ocorrido ontem, parou a pequena Mutuípe.


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