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Márcia da Silva, a catequizadora de Mutuípe
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Durante duas semanas, a
professora Márcia Rauedes
Cardoso da Silva percorreu
as principais ruas de Mutuípe (BA) para convencer os
moradores a participar de
uma das maiores festas religiosas da Bahia, em Bom Jesus da Lapa. Alegre e comunicativa, conseguiu a adesão
de 120 pessoas.
Antes de deixar a cidade,
organizou o comboio -os
três ônibus viajariam juntos
para evitar assaltos- que seguiria para a festa. Foi a última a entrar em um dos ônibus, ao lado do marido, Luís
Carlos da Silva (PT), prefeito
de Mutuípe.
Na primeira hora de viagem, entoou cânticos religiosos. Em cada parada, demonstrava seu apego à religião, à família e à profissão.
Para interagir com os moradores, o prefeito trocava de
ônibus em cada parada.
Quando estava perto de
Maracás (BA), o eixo traseiro
do veículo em que viajava a
primeira-dama se soltou, e o
ônibus caiu em uma ribanceira. No total, 35 pessoas ficaram feridas -seis em estado grave- e duas morreram.
Os ocupantes dos outros
dois ônibus tentaram socorrer as vítimas, entre as quais
a primeira-dama. A maioria
dos feridos foi levada para
um hospital de Jequié. Márcia da Silva morreu anteontem, aos 43 anos. Deixou três
filhos, e o seu enterro, ocorrido ontem, parou a pequena
Mutuípe.
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