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Policiais são acusados de sequestro e morte em SP
Para corregedoria, 4 PMs simularam tiroteio com jovem morto em 2008
Segundo investigação, farsa foi utilizada para acobertar cárcere privado e assassinato
de estudante em 2008
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Documentos sigilosos da
Corregedoria da Polícia Militar de SP acusam quatro PMs
da Força Tática, espécie de
tropa especial de cada batalhão, de armar uma farsa, inclusive com a simulação do
roubo de um carro, para tentar encobrir o sequestro e o
assassinato do estudante
Everton Torres Rodrigues, 21.
"O que foi apontado na
análise das provas reúne suficientes elementos de convicção para se afirmar que
existem fortes indícios de
que os PMs sequestraram,
mantiveram em cárcere privado e executaram o civil
[Everton Rodrigues]", concluiu o major Sérgio Aparecido Pincelli, da corregedoria.
Os PMs acusados são o tenente Jonas Paro Barreto e os
soldados Adriano Roda dos
Santos, Sandro Rodrigues de
Souza e Fernando Félix.
Segundo os documentos,
em 29 de julho de 2008, Rodrigues foi preso pelos policiais militares em um ponto
de ônibus na Freguesia do Ó
(zona norte de São Paulo).
Na versão dos policiais,
Rodrigues não foi preso em
um ponto. De acordo com
eles, o rapaz morreu porque
roubou um automóvel no dia
30, foi perseguido e atirou
nos quatro PMs.
Para a corregedoria, a versão é falsa. Segundo a investigação, o dono do carro roubado disse que foi vítima de
dois ladrões em uma moto
preta. Ele também não reconheceu Rodrigues.
Na investigação, a corregedoria descobriu que o soldado Adriano Santos tinha
uma moto igual à usada pelos ladrões, que um dos PMs
conheceu a vítima na adolescência, quando foi acusada
por tráfico de drogas, e que a
arma supostamente usada
por Rodrigues não tinha feito
"disparo recente".
As roupas do rapaz também eram diferentes das dos
dois assaltantes.
A corregedoria já encaminhou o caso para a Polícia Civil. Hoje, os policiais continuam trabalhando na PM.
Eles foram presos em 2008,
mas acabaram sendo soltos.
Os policiais eram do 18º
Batalhão, na zona norte, à
época do crime. Hoje, apenas
o tenente Barreto está na unidade, que é investigada desde 2008 sob a suspeita de
abrigar PMs que integram
um grupo que orquestrou a
morte do coronel José Hermínio Rodrigues, então comandante da PM na região.
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