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Barracas de bicicletas têm até hoje para sair do Villa-Lobos
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
Termina hoje o prazo dado
pelo governo de São Paulo
para que os donos de barracas de locação de bicicletas e
patins e de venda de comida
desocupem a área em frente
ao parque Villa-Lobos, na zona oeste da capital.
O documento com o ultimato foi entregue aos empresários na tarde de anteontem. Esse é segundo documento com o mesmo teor. O
primeiro completou um mês.
"Não vamos sair. Temos
uma liminar. Se deixarmos o
lugar, estaremos desrespeitando essa liminar", afirma o
locador de bicicletas Wagner
de França Guedes.
Parte dos empresários resiste à desocupação porque
reclama de irregularidades
na concorrência pública para
a escolha de quem poderá explorar o comércio no parque
pelos próximos 30 meses.
A liminar concedida pela
Justiça, que o governo alega
não ter validade, atende a
questionamentos sobre os
critérios da administração na
manutenção ou eliminação
de concorrentes.
Além disso, os empresários reclamam de o governo
ter permitido um monopólio
do negócio. "Perder a licitação, tudo bem, mas não dessa forma", diz Guedes.
Das atuais 15 empresas,
restarão apenas duas. As outras, algumas há mais de dez
anos instaladas "provisoriamente" ali, precisarão deixar
o parque. Uma única empresa venceu os seis lotes de bicicleta e patins, e outra ganhou os 12 lotes para exploração da venda de alimentos,
bebidas e souvenires.
O governo estadual diz
não reconhecer como válida
a liminar porque a ordem visava suspender a licitação, já
concluída. Mesmo assim, diz
que não vai forçar a desocupação para evitar um "desabastecimento" no parque.
"Estamos entrando em tratativas. Ainda não existe
uma data estabelecida. Queremos fazer tudo isso em comum acordo", afirma o diretor do parque, Roberto Rosa.
Venceu a disputa quem,
com todos os documentos
em ordem, deu o maior lance
de "aluguel" para ocupar
uma das barracas. Em 30 meses, elas vão pagar juntas
R$ 6,2 milhões ao governo.
Atualmente, as empresas
não pagam nada para explorar esse serviço. No caso da
bicicletas, cobram de R$ 5 a
R$ 25 por uma hora de uso.
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