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Câmara estende Lei do Psiu por uma hora
Projeto aprovado amplia restrição a ruídos das 22h às 7h para 22h às 8h; sindicato da construção civil diz que setor será afetado
Proposta depende da sanção de Kassab, que não falou; vereadora Soninha diz que é preciso se adequar à dinâmica da cidade
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara Municipal aprovou ontem projeto de lei que
amplia em uma hora o período
de duração das restrições de
ruídos em São Paulo. Pela proposta da vereadora Soninha
Francine (PPS), as regras do
Psiu (Programa de Silêncio Urbano) passam a valer das 22h às
8h e não mais das 22h às 7h.
Para entrar em vigor, a proposta precisa ser sancionada
pelo prefeito Gilberto Kassab
(DEM), que ontem preferiu
não se manifestar sobre o projeto. Os vereadores que dão
apoio ao prefeito, porém, votaram a favor da proposta.
A medida deve atingir, principalmente, o início das obras
em vias públicas e em construções civis. Elas terão de atrasar
uma hora. Atualmente, tais tarefas começam às 7h, segundo a
legislação municipal vigente e
as definições da ABNT (Associação Brasileira de Normas e
Técnicas). Pelo projeto, terão
de começar às 8h.
O SindusCon (sindicato que
representa as empresas da
construção civil em São Paulo)
divulgou nota ontem na qual
afirma que a medida pode afetar o setor. "O período da Lei do
Silêncio para as obras poderá
criar problemas principalmente para os 300 mil trabalhadores da construção civil no município de São Paulo e para o
trânsito da capital", diz o texto.
Ainda segundo o sindicato
patronal, o período de trabalho
das construtoras vai das 7h às
17h. Se tal horário for deslocado
em uma hora para a frente, haverá mais perda de tempo dos
trabalhadores no deslocamento de suas casas até os canteiros, além de sobrecarga do
transporte público e do trânsito. "Espera-se que os fatos sejam levados em conta pela prefeitura", diz a nota da entidade.
Já Soninha argumenta que
seu projeto leva em conta uma
dinâmica diferente de São Paulo, que conta com trabalhadores com jornadas até tarde da
noite e que, muitas vezes, não
conseguem dormir pela manhã
por conta das obras. "As pessoas têm direito de tomar café
da manhã sem o som de uma
estaca ou de uma britadeira."
Sábados e feriados
O projeto também amplia o
horário das restrições aos domingos (das 22h de sábado até
as 9h de domingo) e feriados
(das 22h da véspera até as 9h).
Atualmente, é das 22h às 7h.
Moradores de Pinheiros (zona oeste) e Consolação (centro)
consideram o barulho o principal problema de onde vivem
(veja quadro nesta página).
A matéria passou em meio a
uma série de projetos de vereadores, num pacote que a Câmara paulistana costuma aprovar
nos finais de legislatura.
Consultado ontem pela Folha, o gabinete do prefeito informou, por meio de sua assessoria, que não iria se pronunciar sobre a aprovação do projeto. A assessoria afirma que, antes, o corpo técnico terá de analisar a viabilidade da medida,
para, depois, tomar uma decisão sobre a eventual sanção.
Colaborou JORGE SOUFEN JR., do "Agora"
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