São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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Rodoanel abre hoje nova temporada de cobrança de pedágios

Tarifa no trecho oeste da via, com 32 km, será de R$ 1,20; Régis e Fernão devem iniciar cobrança nas próximas semanas

Cidades da Grande São Paulo como Mairiporã e Osasco temem que parte dos caminhões use rotas urbanas para evitar o gasto

Diego Padgurschi /Folha Imagem
Pedágio no Rodoanel na saída para a Anhangüera; SP terá série de pedágios no entorno do anel viário

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
BRUNA SANIELE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O trecho oeste do Rodoanel abre hoje uma temporada de cobrança de novos pedágios em rodovias de São Paulo, instalados cada vez mais próximos de áreas urbanas e com a ameaça de efeitos colaterais em outras vias da região metropolitana.
A tarifa de R$ 1,20 para os carros de passeio (mesmo valor por eixo para os comerciais) será paga nas saídas da alça do Rodoanel de 32 km, inaugurada em 2002 e que liga a av. Raimundo Pereira de Magalhães à Régis Bittencourt. Apesar de haver 13 praças, os motoristas só pagarão uma vez por viagem.
Nos próximos dias ou semanas, está prevista a cobrança de pedágio nas federais Régis Bittencourt e Fernão Dias, inclusive em trechos da Grande São Paulo, como São Lourenço da Serra e Mairiporã. E no ano que vem haverá a ampliação dos pedágios das marginais da Castello Branco, em Barueri e Osasco, para as pistas expressas.
De um lado, as novas praças vizinhas à capital paulista têm em comum uma tarifa baixa para os padrões rodoviários -de R$ 1,20 no Rodoanel, de R$ 2,70 na Castello e próxima de R$ 1,50 na Régis e de R$ 1 na Fernão. De outro, apresentam um grande volume de veículos -só pela alça oeste do Rodoanel passam 145 mil por dia.
Municípios da Grande São Paulo temem que parte dos carros e dos caminhões use rotas urbanas para fugir dos pedágios -agravando os congestionamentos e deteriorando as vias.
Alguns passaram inclusive a estudar medidas drásticas para conter os trajetos de escape.
Em Mairiporã, um rodízio de caminhões por placas está para sair do papel, proibindo a circulação das 5h às 21h de metade da frota nas principais vias. O objetivo é frear as carretas que utilizam as vias internas da cidade somente como passagem.
O projeto do Executivo já foi aprovado pela Câmara. "Só falta regulamentar. Vamos implantar logo no começo de 2009", afirma Antônio Aiacyda (PSDB), prefeito de Mairiporã, que também promete tentar embargar a obra do novo pedágio da rodovia Fernão Dias.
Em Osasco, a prefeitura pensou em fazer um pedágio de bloqueio para veículos de fora na avenida dos Autonomistas.
A avaliação do governo estadual é que só haverá fuga do Rodoanel nos primeiros dias, como reação emocional. Alega que, quando fizerem as contas, os motoristas vão perceber que os custos com combustível e perda de tempo são maiores.
A preocupação com a cobrança no anel viário atinge principalmente os municípios de Osasco e Taboão da Serra, além de moradores de bairros paulistanos como Butantã (zona oeste) e Perus (norte).
"A idéia original era tirar os caminhões da cidade. Agora, com pedágio, eles vão voltar", afirma Carlos Wang, da Sociedade Amigos do Butantã City.
Na capital paulista, técnicos da CET avaliam que os efeitos não devem ser imediatos devido às férias escolares. Mas temem os impactos após a volta às aulas, em fevereiro de 2009.
Entre as vias que podem sobrecarregar estão Francisco Morato, Eliseu de Almeida, Alvarenga e Raposo Tavares, além das próprias marginais.
"Já estamos em alerta para um colapso do nosso viário. O Rodoanel hoje é usado inclusive para deslocamentos internos", afirma Jorge Lapas, secretário de governo de Osasco.
"Quem multiplica R$ 2,40 [de ida e de volta] pelo mês inteiro sabe como pesa no bolso", diz Carlos Andrade, secretário de Trânsito de Taboão da Serra.


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