MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de afirmar que usaria bombas para drenar a água que mantém inundadas residências do Jardim Pantanal, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) anunciou agora, oito dias após o despejo contínuo de esgoto no local, que irá iniciar a remoção de cerca de 10 mil famílias.
Em comunicado, a prefeitura descartou a drenagem, anunciada na véspera pelo próprio prefeito, alegando que "novos transbordamentos poderiam acontecer". As famílias deslocadas receberão uma bolsa aluguel cujo valor "está sendo definido em estudos técnicos". A administração não informou quantas terão o benefício.
Segundo a nota oficial, prefeitura e governo do Estado definirão áreas para construir conjuntos habitacionais na própria região. "Os estudos feitos na área levaram à conclusão de que a transferência das famílias é necessária, já que as casas foram construídas na várzea do rio Tietê e que é impossível impedir novos transbordamentos gerados pela elevação do nível do rio", diz.
O comunicado afirma ainda que Kassab esteve ontem nos bairros Vila das Flores e Jardim Romano, embora a agenda oficial do prefeito não tenha informado a visita -segundo sua assessoria, a omissão ocorreu por se tratar de visita técnica. As medidas anunciadas pelo prefeito, segundo sua assessoria, foram "muito bem recebidas pelos moradores".
O secretário das Subprefeituras, Ronaldo Camargo, confirmou que não serão usadas bombas de drenagem e informou que o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) estuda utilizar caminhões pipa para baixar a água e o esgoto acumulados há mais de uma semana. Questionado se não seria feito nada hoje para amenizar a cheia, ele desconversou.
Camargo defendeu o subprefeito de São Miguel, Milton Persoli, que anteontem afirmou à TV Globo que já teria conversado com São Pedro e com Papai Noel para evitar novas enchentes. "Não vamos desqualificar o trabalho que ele está fazendo tão bem por uma frase mal colocada. Ele está extremamente chateado", disse.


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