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Gripe suína confunde calendário escolar
Adiamento da volta às aulas em agosto, devido à epidemia, gerou formas diferentes de reposição e fim do ano letivo em datas variadas
Enquanto alguns alunos já estão em férias e outros vão à escola para ver filmes, há quem tenha provas no dia 24 e aulas até o fim do mês
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
MATHEUS PICHONELLI
RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
O adiamento da volta às aulas
em agosto, em razão da gripe
suína, causou uma confusão no
calendário das escolas neste
fim de ano. Enquanto alguns
estudantes estão de férias desde o final de novembro, outros
terão um presente de Natal nada agradável: farão provas em
pleno 24 de dezembro.
Isso aconteceu porque só
parte das escolas respeitou a
recomendação do Conselho
Nacional de Educação, que afirmou que os 200 dias letivos
obrigatórios previstos na LDB
(Lei de Diretrizes e Bases) deveriam ser respeitados. Outras
preferiram seguir recomendações dos conselhos estaduais,
que flexibilizaram a reposição.
Em São Paulo, por exemplo,
o conselho afirmou que os 200
dias letivos não seriam obrigatórios e que atividades on-line
feitas no período do adiamento
seriam aceitas como reposição.
Por isso, há casos como o do
colégio Bandeirantes (particular da zona sul da capital paulista), onde a maioria dos alunos
saiu de férias em 25 de novembro. Além das atividades on-line, a reposição do conteúdo foi
feita por meio de remanejamento das semanas de prova.
"Se tivéssemos aula até depois do Natal, não seria legal,
principalmente para quem faz
vestibular", diz Iago Perissinotti, 17, formando da escola.
Mas na escola Móbile (também particular da zona sul),
que adiou em duas semanas a
volta às aulas, as atividades irão
até 22 de dezembro. Apenas
uma das duas semanas do adiamento, porém, foi compensada
por atividades on-line. Nas últimas semanas de aula, enquanto
alguns alunos estão em recuperação, os outros participam de
atividades esportivas e culturais -incluindo a exibição de
filmes como "O Diabo Veste
Prada" e "Homens de Preto"
para estudantes do 6º ano.
A escola diz que essas atividades já estavam programadas
desde o início do ano, mas alguns pais reclamam que os alunos perderam em conteúdo.
Nelio Bizzo, da Faculdade de
Educação da USP, acredita que
os alunos que tiveram atividades on-line como reposição saíram perdendo. "Os 200 dias letivos têm que ser cumpridos.
Não se pode transferir atividades feitas em um dia como se
valessem por três dias. Encurtar o calendário traz danos."
A rede estadual paulista decidiu seguir a legislação, e as escolas tiveram de fazer as reposições aos sábados. A maioria
delas irá até 23 de dezembro.
Outros Estados
O Estado que terá aulas até
mais tarde será o Rio Grande do
Sul, onde a maioria das escolas
deverá encerrar as atividades
entre 23 e 30 de dezembro, segundo a Secretaria Estadual da
Educação. O calendário sofreu
não só com a gripe suína mas
também com chuvas que provocaram estragos e com uma
greve de professores iniciada
anteontem. Algumas escolas
podem ter aulas até janeiro.
Em Minas Gerais, alunos terão provas até 24 de dezembro,
véspera do Natal. A maioria das
escolas adiantou o final do ano
letivo com reposições aos sábados e feriados, mas a experiência não funcionou em alguns
lugares. Foi o caso da Escola
Estadual Alzira Albuquerque,
em Belo Horizonte, onde as aulas vão até 22 de dezembro para
que os sábados não sejam sacrificados. A diretora, Joyce Gonçalves, diz que houve reposição
das aulas apenas em dois sábados, a pedido dos alunos.
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