São Paulo, sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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Nova pane no metrô deixa 50 mil na rua

O serviço ficou interrompido em três estações durante duas horas e 20 minutos, em boa parte do pico da manhã

Com ônibus lotados, muitos ficaram sob chuva; a companhia diz que origem foi falha em peça sob um vagão


Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Usuários do metrô de SP caminham após pane em estações

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

Uma pane no metrô de SP paralisou três estações da linha 1-azul na manhã de ontem, entre 6h40 e 9h, e afetou, segundo dados oficiais, cerca de 50 mil pessoas.
O efeito imediato foi a superlotação de ônibus na região, na zona sul da cidade, e muitos passageiros na rua sob chuva.
O problema atingiu as estações Jabaquara (onde também há um terminal de ônibus intermunicipais), São Judas e Conceição, que foram fechadas e evacuadas.
"Fiquei três horas aguardando um ônibus para a Aclimação. Cheguei ao trabalho às 11h15, sendo que meu horário é 8h", queixava-se o pedreiro Cícero de Oliveira, 42.
A SPTrans colocou em operação dez ônibus do Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência), mas eles não foram suficientes para a atender toda a demanda.

CAUSA
O Metrô diz que a origem da pane foi uma peça desalinhada na parte inferior de um dos trens, que capta energia da barra metálica conhecida como terceiro trilho, para que os vagões possam se movimentar.
A alteração, diz a companhia, danificou um pedaço da barra. O sindicato dos metroviários afirma que técnicos confirmam essa versão.
O Metrô informa que, ao detectar uma descarga elétrica atípica, decidiu desligar o sistema das três estações, por precaução, para não colocar passageiros em risco.
O sistema só foi religado depois que o problema foi descoberto e o dano na barra foi reparado.

NO LIMITE
Apesar de o problema de ontem ter sido considerado raro pela empresa, neste ano, pelo menos outras seis grandes ocorrências, com mais de 30 minutos de duração, foram registradas na cidade.
Na maior delas, em setembro, a paralisação na linha 3-vermelha afetou cerca de 150 mil de passageiros, segundo estimativa oficial. Em cerca de duas horas de pane, 17 trens ficaram danificados.
Para o sindicato dos metroviários, a origem do problema pode até ser raro, mas o contexto em que acontece repete o de outras panes: o excesso de passageiros sem a devida estrutura.
Como os trens precisam circular mais, avalia o sindicato, existe menos tempo para que a manutenção seja feita adequadamente. Já o Metrô afirma que a manutenção de seus trilhos e vagões é feita de acordo com padrões internacionais de qualidade.
Dados oficiais mostram que a demanda só cresceu nos últimos anos, chegando atualmente a 3,6 milhões de passageiros por dia.

Colaborou WELLINGTON ALVES, do "Agora"


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